segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
"Fique"
Composição n° 921
FIQUE
(R.Candeia - 30/01/2017)
Tudo de belo guardado pode ser revivido
E o que é mais bonito digo que não morreu
Sinto a respiração ofegante dos sentimentos
Nada de lágrimas e lamentos nessa história que nasceu
O toque importante que arrepia a pele
A companhia e as risadas bobas que superam
E atropelam tudo que tenta nos atrasar
Faz ancorar no peito o nosso direito de perdoar
Não quero que você vá embora
Levando em si tudo que sempre sonhei
Eu transbordei todo o meu melhor
E quando veio o pior eu não reparei
Não precisamos nos anular para amar
Agora entendo que cortejar o raiar do sentir
Não faz disso aqui uma chata rotina
Que lubrifica a retina fazendo tudo ruir
E as sérias conversas que perfuram madrugadas
Deixam de novo perfumadas as flores
Matando as dores com sua perfeita fragrância
Dando vida e elegância, pondo fim aos tristes odores
Não quero que você vá embora
Levando em si tudo que sempre sonhei
Eu transbordei todo o meu melhor
E quando veio o pior eu não reparei
domingo, 29 de janeiro de 2017
"(Re)programados"
Composição n° 920
(RE)PROGRAMADOS
(R.Candeia - 29/01/2017)
E agora, o que vão falar os enganados
Seguidores de um ditado armado
Para a não evolução dos que precisam
Todos que pisam, pela ignorância são louvados
Membros esquartejados para que não se mova
A única coisa nova agora é a idade
Porque a ferida ainda aberta na pele escorre
E se morre toda a luta dos que não se foram tarde
A faca na carne e a arma na cabeça
É o que interessa no presídio do aprendizado
Todos encarcerados em seus corpos
E derrubam copos livres num ato moralizado
A bengala antecipando passos tortos
Tornam os mortos que não se entregaram em vão
Chamando cada um de vilão, por deficiência
E nem a ciência explica toda essa confusão
Quero ver a tal união formada
E os tantos rostos de privada se perguntando
Onde e quando a mente não funcionou
E verão que são apenas robôs se programando
A faca na carne e a arma na cabeça
É o que interessa no presídio do aprendizado
Todos encarcerados em seus corpos
E derrubam copos livres num ato moralizado
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
"Giro"
Composição n° 919
GIRO
(R.Candeia - 26/01/2017)
Sabendo o perigo que corro
Sou extraditado dos meus dias ruins
E todos os fins são filhos dos meios
Vivo o anseio do que virá depois de mim
Dicionários burlam palavras
Na intenção de modificar os conceitos
Que são refeitos pro hipnotismo
Nesse niilismo que consomem satisfeitos
Livros profundos são queimados
E o simples decorado por ordem de vampiros
Então fujo daqui mas sem desistir
E me agarro na vida que ama um giro
Na minha extradição só ouço canções
Mas não quero sermões de textos banais
Eu sempre quero mais na mente e na mesa
E me divido entre cerveja e sinais
Na extradição interna que mora em meu ser
O convencer é apenas questão de fazer sentir
E a verdade ao mentir um dia mostrará
Que nada será o que é ao se extinguir
Livros profundos são queimados
E o simples decorado por ordem de vampiros
Então fujo daqui mas sem desistir
E me agarro na vida que ama um giro
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
"Contenda"
Composição n° 918
CONTENDA
(R.Candeia - 25/01/2017)
Não se perca em andares comuns
Deixe sempre uns vestígios no caminho
Porque sozinho ninguém faz festa
E aquele tapa decifra o pergaminho
Olfato apurado e líquido sagrado
No cálice rachado durante a descoberta
Não tire nem por lei cobertas de quem o céu
É o único véu e não merece essa seresta
Toda volta vem de uma ida
Mas nem toda ida dá chance pra volta
Toda revolta tem seu sentido
E tudo contido derruba portas
Tudo que arde se vê e se sente
Passageiros permanentes podem dizer
Que feridas nunca são escolhidas
Simplesmente por prazer
Mãos não se estendem por causa dos anéis
Que brilham mais forte do que a esperança
De quem leva a herança sangrada
Curtindo na calçada sua especulada bonança
Toda volta vem de uma ida
Mas nem toda ida dá chance pra volta
Toda revolta tem seu sentido
E tudo contido derruba portas
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
"Empreiteiros Inversos"
Composição n° 917
EMPREITEIROS INVERSOS
(R.Candeia - 25/01/2017)
Minha mania é só construir
Não tenho a prepotência de desconstruidor
Não pego a dor de causas pra me proteger
E nem aumento o meu dizer cheio de esplendor
Vivo correndo e saio de dentro do que é cômodo
Não brigo por aquilo que não prego ou faço
Não reclamo do mormaço sem buscar o ar
E não posso gritar com aquilo que não posso
Minha intromissão é nos meus pensamentos
Não quero cartaz e nem falar mais alto
Não solto ou rasgo o que não conquistei
Só sei que não sou arma fingindo que é alvo
Salvo tudo que é preciso salvar
Não vou saudar o que não recebo na mente
Minha carência mato entre quatro paredes
E não quero ser o astro de toda essa gente
Se sou contra a violência não desejo a morte
E não julgo como ódio algo só porque não falei
Não admiro só o quadro pintado com o que convém
Isso é além do pior para quem quer ser o rei
"Honrados"
Obs: A foto acima representa o nível dos "honrados" que "homenageio" nessa letra, é dose ....
Composição n° 916
HONRADOS
(R.Candeia - 24/01/2017)
Respiro fundo e leio tantas doidas tiranias
De pessoas baldias defendendo a exploração
A mente não existe depois de manobrada
Mas a porta emperrada de lama está na vibração
Jornais mentem pra mim e não acredito
O veredito que é dado cai como solução sagrada
Afirmações viram piadas nas bocas sem voz
Que viram algoz de si mesmos de forma privatizada
Erram o lado de tudo
Melhor mesmo que fossem mudos
Nesse mundo de estupidez
Há quem ache de vez melhor ser surdo
E nas muitas palavras ouvidas
Nos canais a cabo com intelectos economistas
Uma dessa lista é decorada
E é sempre falada pela plebe elitista
Tudo cortado, condenado e congelado
E o retardo batendo palmas com a faca no peito
O único jeito que sobra é sangrar calado
Se sentindo honrado pela morte de seu direito
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
"Sequência"
Composição n° 915
SEQUÊNCIA
(R.Candeia - 23/01/2017)
Não me impressionei com o que vi
Tudo por aqui se encontra perdido
E nos iludidos que vivem em desculpas
Por baixo da pele há o que recua a razão
Nos parágrafos postos de forma errada
Toda a confusão que massacra total a liberdade
Numa falsa bondade que todos poderiam ter
É mais fácil se envolver do que assumir a verdade
Lordes da falácia avassaladora
Recolham suas lavouras com urgência
Não peçam clemência ao vazio
E não sintam frio declarando demência
Na sequência de tudo que não se para
Sempre damos de cara com nós mesmos
Num gesto maior que o material
Acreditando no mal que é rogado a esmo
Suje toda essa mania de limpeza
O perfume nem sempre fragrância carrega
Não procure a clareza apenas na luz
É que excesso de luz também cega
Lordes da falácia avassaladora
Recolham suas lavouras com urgência
Não peçam clemência ao vazio
E não sintam frio declarando demência
sábado, 21 de janeiro de 2017
"Linha Cruzada"
Composição n° 914
LINHA CRUZADA
(R.Candeia - 21/01/2017)
Há tantos detalhes que perdemos de vista
Não insista no certo que não é pra você
Entender um coração esperto vicia
E às vezes tardia o que se deve aprender
No espaço de tempo somos o ridículo
Nesse círculo inconstante que vive debochando
Mostrando no espelho centenas de reflexos
E tanto buscam nexo em mentes se fechando
Passando vergonha num momento de caos
Usando o termo livre de forma equivocada
Onde derrubam tudo por poder
Pra ver quem grita mais nessa linha cruzada
Propagandas enganosas tomam conta do ser
Num teatro vagabundo de beira de estrada
Abraçam a cilada e a beijam com tesão
Escute o coração, ele fala em palpitada
A curva à direita é sinuosa demais
Logo de cara vejo sinais de fumaça
A desgraça canta usando todas as vozes
Que dividem ferozes tudo em classes e raças
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
"É Isso Mesmo"
Composição n° 913
É ISSO MESMO
(R.Candeia - 21/01/2017)
Sou o que sou
E na verdade nem sei o que sou
Vago por mim mesmo sem saber de nada
Cada estrada tem sua curva fechada
E também sinto tudo que não tenho mais
O amor aos pais é inevitável
Mas fico estável por saber de algo
Do básico que foi tudo que aprendi
Fico por aqui fazendo meu melhor
Mesmo que seja talvez tão pouco
Vejo tudo como um todo indecifrável
E cada momento deve ser eterno
Já percebi que tudo isso é passageiro
Que o hoje é o antepassado do futuro distante
Isso faz do instante valioso em seus segundos
Procuramos tantos mundos pra acabar numa estante
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
"Moda Secular"
Composição n° 912
MODA SECULAR
(R.Candeia - 19/01/2017)
Ainda bem que não carrego arquivos
E sigo vivo sabendo que tudo pode mudar
Nosso ar tá carregado de coisas estranhas
Onde entranhas são jogadas em alto mar
Ao ler o destino somos analfabetos
E vivemos repletos de certezas da dúvida
E nessa estúpida missão que inventaram pra nós
Damos tantos nós onde laços bastariam
Leio a maldição da verdade que dói
O que corrói é tampar à cortina que acomoda
E transgride essa moda que já é secular
Fazendo estancar esse rio que só a visão incomoda
Percebo o que escorre da carne dos tempos
E atento não vejo o que minha retina enxerga
E aquela rotina que entrega a dignidade
Querendo em troca bondade sempre me desespera
Planos cruéis são mais fiéis do se possa crer
O escurecer está nos planos dos dias
Não pense que o suspiro aliviado
Possa ter te livrado de toda essa agonia
"Analogia"
Composição n° 911
ANALOGIA
(R.Candeia - 19/01/2017)
O ruim do coração é quando ele para
E na verdade nada vem dele
Apenas o sangue que mancha e contamina
A vida elimina quem não a sente na pele
Os malditos são os donos da verdade
E tua santidade se esconde nas horas de perigo
Palavras que ardem e ferem mostram o real
Terror desigual de quem se esconde em falso abrigo
Me leve leve para o mal caminho
Ele costuma ser o verdadeiro
O que adianta ir pro bom caminho
Se lá é proibido ser matreiro
E em cada frase um novo mundo
Que não se querem descobrir
O fingir é o fracasso humano
Que por baixo dos panos não podem sorrir
A maldição é a clara salvação abandonada
Que é deixada de lado pela contradição
De quem na verdade não sabe a que veio
E vive achando feio quem tem opinião
Me leve leve para o mal caminho
Ele costuma ser o verdadeiro
O que adianta ir pro bom caminho
Se lá é proibido ser matreiro
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
"Tempo Abafado"
Composição n° 910
TEMPO ABAFADO
(R.Candeia - 18/01/2017)
Teu canteiro absorve o sol
Que brilha forte em meus cabelos
O abafado recebe a brisa
Que desliza dionisíaca entre elos
A terra seca que fica depois
Mostra quem sois na fragilidade
E a chuva vira caridade pro solo
Que pede colo durante a tempestade
Lírio de janeiro
Li Rio de Janeiro
Onde os estrangeiros roubam flores
Que plantamos o ano inteiro
E a nossa parte mais doce
Que antes fosse entre os dias, comum
Procura algum paladar pra morar
Buscando regar onde não há ar nenhum
Então refletimos uma luz forte
Que não só dá o norte entre as direções
Que são reflexões sentindo o reflorescer
Que mata o morrer enlouquecendo sensações
Lírio de janeiro
Li Rio de Janeiro
Onde os estrangeiros roubam flores
Que plantamos o ano inteiro
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
"Idas Que Ficam"
Composição n° 909
IDAS QUE FICAM
(R.Candeia - 17/01/2017)
No fechar dos olhos ao anoitecer
O amanhecer se torna o maior dos motivos
E prazeres emotivos podem alertar
Sobre o possível matutino real nocivo
Inativos da razão se ajoelham
E juntam suas mãos tentando o irreal
Querendo o sinal que só se encontra nos livros
Mas tudo é livre na limitação intelectual
O dia nem sempre vem pra todos
E o encontro pode se tornar solitário
No porta-retrato o melhor de uma vida
Que mesmo na ida fica no imaginário
Teu dia nasceu e você surpreendeu
O que não deu, deu até o fim dessa embriaguez
A fortaleza protege o sensível escondido
Todo momento é bandido e nos rouba alguma vez
E quando tua vida acordar pra ela mesma
Não fique a esmo atrás de qualquer resposta
Ouça apenas o solo que mexa mais com teu eu
Nem amor e nem ódio apagarão o que você gosta
sábado, 14 de janeiro de 2017
"Degradação Luxuosa"
Composição n° 908
DEGRADAÇÃO LUXUOSA
(R.Candeia - 14/01/2017)
Nas palavras pesadas, verdadeiras e ignoradas
Estão todas as verdades não realizadas
De quem se usa como vitrine do que não é
Uma loja de máscaras sem vendas confirmadas
E vagam por suas sombras fracas
Buscando a santa criticada ressaca que escancara
E no acordar mostra na cara que não é feliz
Transformando o despertador em culpado
Comentários pra lá de esquizofrênicos
Numa loucura de quem se mantém limpo
E a limpeza exterior dita modas de glamour
E vivem sem sabor numa dieta pessoal
O sal dá lugar a artigos de manipulação
Toda a ação é feita por motivos externos
Bolsas simples ficam caras e não reparam ternos
Num eterno marasmo que só fica na réplica
Anarquistas planfetam os seus candidatos
Que são a nata dos dominadores do palavreado
Se espantam com veados mas não com a fome
Amam falar de nomes inúteis e se sentem honrados
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
"Teia"
Composição n° 907
TEIA
(R.Candeia - 13/01/2017)
Heróis de suas próprias histórias sobrevivem
Fazendo de cada quadro uma obra de arte
Doando suas partes aos apartidários cegos
Que sentam em pregos e vibram a fuga do debate
Não buscam a esperança em seus inimigos
E não confundem seus próprios umbigos
Com a mesquinharia de quem não abre mãos vazias
Comemorando a economia daquilo que não tem
Em frente à privada toda a fé demonstrada
Grafada com liberdade na parede
Nossa rede é uma teia de contradições
Nos passando lições com toda sede
Saídas extremas nos últimos segundos
Tantos mundos perdidos em busca de ilusão
Que são buscadas no desiludido do ser
Onde o crer é seletivo e não paga prestação
"Nos Muros"
Composição n° 906
NOS MUROS
(R.Candeia - 13/01/2017)
Me pegue sempre naquele mesmo bar
Me pague para tentar me tirar dali
Tudo isso aqui é o nosso momento
Não culpe o tempo por você ter que ir
Encontro papéis amarelados
Com meus próprios recados feitos pra esquecer
O entardecer inicia o pecado
Que deita ao nosso lado, torturando o sofrer
Fiquei até tudo fechar
Mas só depois que eu reparei
Nos muros o passado e o futuro declamam
O presente como verdadeiro rei
As cartas morreram com a chegada do futuro
Mas nos muros mensagens proféticas
Com veias poéticas latejando de rimas
Coroando de cima (todas) as paixões ecléticas
Escolho meu rumo e acendo o meu fumo
Mas não sumo por nada sem antes avisar
Só não quero ficar seco por dentro
E virar um detento (de mim) pra me dedicar
Fiquei até tudo fechar
Mas só depois que eu reparei
Nos muros o passado e o futuro declaram
Que o presente é o verdadeiro rei
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
"Contrabandistas"
Composição n° 905
CONTRABANDISTAS
(R.Candeia - 11/01/2017)
Cuidado com as leis da madrugada
Onde toda a verdade violada machuca
Dizendo as palavras certas pra quem finge tudo
Ignorando significados que contrariam
Tapas acordam mas também reprimem
Na tentativa de achar o legal ilícito
Numa emboscada cercada e armada
Que nos joga no ponto cego dos dias comuns
Estamos fadados a temer os fardados
Engravatados engavetam provas tão vivas
Quanto as pessoas que são enterradas diariamente
Devido a projetos que pregam a salvação
Não saio na rua procurando flores
Como a hipocrisia de muitos diz fazer
Mas também não quero dar e nem levar pedradas
Igual a tantos de cara tapada que se acham bonitos
Demagogos armam seus palanques pro público
Em discursos perfeitos e engraçados de se ouvir
Tão sutis e elegantes com seus charmes importados
Contrabandeados de onde ainda se sonha ser
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
"Cenário Uivante"
Composição n° 904
CENÁRIO UIVANTE
(R.Candeia - 10/01/2017)
No uivante cenário de uma festa cancelada
Toda louça amassada de inútil serviu
Só quem previu guardou as palavras
Notícias já esperadas desse gigante pavio
Espero telefonemas e gritos da janela
Dizendo que o tema da vida bela é um espetáculo
Dando a liberdade e abrindo os braços
Que confortam macios em seguros tentáculos
Tua verdade mentiu pra mim
Fiquei esquecido e largado na estrada
De malas prontas no acostamento
Mas não lamento e aceito a piada
O ponteiro parado mascara meu tempo que passa
Onde até o atraso fica à frente daqui
Prefiro a meia noite do que o meio dia
É a sensualidade contra a agonia
A ausência de cor nestes castelos
Jogam na cara o elo de um passado presente
Coincidência decorrente em todas as horas
Como as senhoras que não mostram seus dentes
Tua verdade mentiu pra mim
Fiquei esquecido e largado na estrada
De malas prontas no acostamento
Mas não lamento e aceito a piada
"Futuro Repetido"
Tem vezes que não tenho forças pra lutar
Contra tudo que é contra mim
Essa vida é um baralho embaralhado
Sem saber o que poderia ser o fim
Essas vistas só enxergam o que não devo enxergar
As grades viram minha casa mais frequente
Que teto triste para se morar
Costumo antecipar sonhos e isso é persistente
Mestres e poetas se perdem em triângulos
Distúrbio que compete com seu próprio eu
A antiga novidade do novo que se repete
Agora morre de fome o analista que você não escolheu
Esqueço talvez sem querer do que sou
E me perco como porco sem futuro na véspera
De Natal que não entende seu sacrifício
O meu vício é um ofício e meu reino vira monera
Nada é tão simples quando saio à procura
Minha cura é lenta e fica além do que não posso ver
Não me protejo porque acho que mereço
O meu endereço nessas horas tende a se esconder
Mestres e poetas se perdem em triângulos
Que não tiveram suas áreas encontradas
Distúrbio que compete com seu próprio eu
Distúrbio que compete com seu próprio eu
Morre de fome o analista que você não escolheu
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
"Tempestade Clandestina"
Composição n° 902
TEMPESTADE CLANDESTINA
(R.Candeia - 05/01/2017)
Noite nublada e raios entre o cinza
E ainda fazemos da vida esse bordel
Inventando cada céu para um feito
Então não aceito ser escravo de papel
Cada sonho um endereço diferente
E tantos crentes que as soluções
São resolvidas na magia do invisível
O não perecível agora em formas de visões
E nas promoções
A felicidade estampada
Ação premiada
Que não liga pra físico e alma
Muros em volta que só cercam mesmo
De dentro pra fora
Núcleo protegido contra a liberdade
Que invade e trás o feliz na clandestinidade
O clandestino em caixas cheias de destinos
E a alegria dos meninos que pulam muros
Desarticulam ventos e assopram tempestades
E dizem que a realidade não é a mesma no escuro
E nas promoções
A felicidade estampada
Ação premiada
Que não liga pra físico e alma
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
"Minutos de Infinito"
Composição n° 901
MINUTOS DE INFINITO
(R.Candeia - 04/01/2017)
Não se sinta tão sozinha
Nessa linha tênue da madrugada
As luzes dos faróis também podem
Ser suas depois de cada mesa trocada
Os mistérios se escondem em sua escuridão
Que talvez você nem sabia existir
Jorrando desejos a esmo feito esmolas
E sob suas solas o concreto de estar aqui
Mesa trocada
Cada jogada é um grito
Cadeira puxada
Pode render minutos de infinito
Na procura se mistura sentidos
Desentendidos pensamentos e observação
E a viciosa precaução que pode atrapalhar
E também ajudar a não ralar as mãos
Toda cidade buscando suas vaidades
E toda vaidade é conseguir o que quer
Do corpo a companhia, seduzir o dia
Às vezes até perceber o que não é
Mesa trocada
Cada jogada é um grito
Cadeira puxada
Pode render minutos de infinito
"Cortinas Fechadas"
Composição n° 900
CORTINAS FECHADAS
(R.Candeia - 04/01/2017)
Fecham as cortinas de um palco sem luz
Cadeiras vazias sem aplausos
Silêncio que incomoda os ouvidos
Peça incompleta sem nenhuma bilheteria
A comédia se torna dramaturgia
O drama fica banal numa barata trama
O que a vida relata não cabe num papel
Um roteiro que é refeito todos os dias
Cortinas fechadas
Isso não é uma fachada sem cor
Peça estreada
Com nosso roteiro improvisador
O cenário aumenta de tamanho
Dando mais lugar ao vazio
Ausência reinando nesse pequeno teatro
Onde os quatro cantos são aleatórios
E nos escritórios documentos importantes
Que são menos relevantes que o cumprir
Pois, cuspir o roteiro com a fala errada
Não é a saída exata pra esse teatro lotar
Cortinas fechadas
Isso não é uma fachada sem cor
Peça estreada
Com nosso roteiro improvisador
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