DO JEITO QUE DÁ
(R.Candeia - 2009)
Expresso do jeito que dá
Do jeito que dá pego o expresso
O mar diz que às vezes mente
Mas minha mente desconfia
Quero novamente o meu canto
Nem que seja pelos cantos
Os cantos são remédios
Nem que sejam em um só canto
Vivo e quando eu brinco
Eu brinco é de ser sério
Seu brinco balança provocando
Me chamando ao teu ouvido
Queria jamais ter ouvido
Que hoje a fé move carros-fortes
Que a escravidão está disfarçada
E que o povo não aprendeu a votar
É diferente não poder fazer nada
O poder do impossível nada em cascatas
O povo cai em cascatas baratas
E com baratas se afogam de outra maneira
O povo se contradiz quando vota
A justiça permanece torta e cai
Se esmagando e sujando nossas caras
É assim, a vida é cara, vou esquentar meu café
CONTO-DE-PESSOAS
(R.Candeia - 2008)
Tenho a ti comigo
E isso já me identifica
O mar é infinito
E me banha de felicidade
O céu se abre todo lindo
Mostrando que o impossível
É a razão de lutar e viver
Por um espaço no horizonte
Dane-se a negação quase idiota
O coração cega as pessoas
Que ficam a deriva sem esperança
E acabam sendo salvas por seus traumas
Nada melhor que um dia após o outro
E o desejo de poder ser forte
Durante cada ficção vivida
Num conto-de-pessoas,e não de fadas
GOLES, TRAGOS E SALIVAS
(R.Candeia - 2008)
Corações acordados na expectativa
Um gole, um trago e a saliva
Catando os restos de carnaval
Numa noite infinita, sem igual
Que horas que você tem que ir ?
Ainda quero te ver por aqui
Foi tão difícil chegar nessa rosa
Diamantes valem menos que uma prosa
Oh, linda, não chore o amanhã
Nós estamos vivos agora
Dê mais um gole e um trago
Porque eu não penso em ir embora
Não ligue pras grandes punições
Sempre nos sobram munições
Essa conversa de tortura e glória
Nem sempre faz parte da história
Minha nudez se torna tão virgem
No momento em que te escrevo
A sorte mesmo está em si
Os azarados acabaram com os trevos
Oh, linda, não chore o amanhã
Nós estamos vivos agora
Dê mais mil goles e tragos
Porque eu não penso em ir embora
