quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

"Quando a Dose Queima"



Composição n° 933

QUANDO A DOSE QUEIMA
(R.Candeia - 23/02/2017)

Nas doses insanas de nossa loucura diária
Fica a incendiária frase perdida entre ouvidos
No momento vivido que não freia a gente
E na linha de frente o ideal esculpido

Nem a moldura dura no molde ordenado
E no ar amado ninguém armado pra ferir
O belo é seguir os vetores sinuosos
Proibindo vetar qualquer sonho daqui

E quando a dose queima vale a pena
Mais que nas antenas que transmitem ilusões
Muitas palavras se escondem no dicionário
E ficamos bilionários estendendo nossas mãos

Somos imortais por alguns segundos
A noite nos prova isso de forma repentina
Quando se desatina os destinos escritos
O erudito beija o simples com tesão na esquina

E a procura desesperada por um amor
É a forma mais certa pra tudo dar errado
É como se dos telhados ouvissem belas canções
Cantadas por todos os desafinados

E quando a dose queima vale a pena
Mais que nas antenas que transmitem ilusões
Muitas palavras se escondem no dicionário
E ficamos bilionários estendendo nossas mãos


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

"Colisão"



Composição n° 932

COLISÃO 
(R.Candeia - 21/02/2017)

Colidimos com um mundo de incertezas
De nobrezas bancadas apenas pelo ego
Nessa floresta de pessoas que se caçam 
E ameaçam a insanidade que navego

Qual é o teu ponto mais alto?
Aquele que parto sem rota e desprotegido 
Não tendo atingido a rota no mapa
E a falsa verdade tapa o que você tem sentido 

Cuspo no ar as palavras não sóbrias 
Matando sobras de uma sombra perdida
O que fazer ou gritar nessa dimensão 
Onde toda a nação tem até sua água vendida?

Damos de cara em todos os nossos erros
Vivendos em berros pedindo por nossos desejos
Dispensando beijos e procurando socos 
Sinais tão loucos desse mundo que vejo

Qual é o teu ponto mais baixo?
Nessa bagunça não relaxo de bolsos abertos
O que tenho de mais concreto é o não saber
Não quero o falso entender de tantos "honestos"

Cuspo no ar as palavras não sóbrias 
Matando sobras de uma sombra perdida 
O que fazer ou gritar nessa dimensão 
Onde toda a nação tem até sua água vendida? 


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

"Nesta Hora"



Composição n° 931

NESTA HORA
(R.Candeia - 16/02/2017)

Como água não se molde a fôrma
Corra livre para teu enxurrar
Faça navegar sobre ti apenas planos
E que todos façamos se realizar

Curvas e retas possuem tantos destinos
Mas os clandestinos sempre podem salvar
Decifrando ao ar os vestígios
Todos os indícios de onde se encontrar

Esvazie sua mente agora
Nesta hora do sincero adeus
Todos os seus dias continuam
E insinuam recriar todos sonhos teus

Não perca a tua imagem no caminho
E não deixe nenhuma perna bambear
O trafegar trafica as mudanças
Resgata aquela confiança que é precisa ao acordar

Nos cartazes a recompensa é tua alegria
Transforme em guia sempre a mãe intuição
Aumentando a paixão pela vingança
Contra a desconfiança que abala o coração

Esvazie sua mente agora
Nesta hora do sincero adeus
Todos os seus dias continuam
E insinuam recriar todos sonhos teus







terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

"Olhares Diferentes"



Composição n° 930

OLHARES DIFERENTES
(R.Candeia - 14/02/2017)

Nas esquinas obscuras desejos violados
Sentimentos tarados jogados em sarjetas
Com etiquetas de beira de calçadas
Visão alucinada distorções em tarjas pretas

Submundo desalojado por ataques reais
Em atos desiguais de uma escolhida loucura
Pisansoteando amarguras no asfalto quente
Empurrando ao delinquente dolorosa cura

Nas pontas cinematográficas longas carreiras
Agindo por trás de barreiras sombrias
Inventando magias que despertam semblantes
Vasculhando o antes pra seduzir novos dias

Na overdose de todos os gestos explícitos
Existe o ilícito legal por baixo arrumando um jeito
Lindos efeitos não se alimentam de elogios
Só existe perfeição na presença do defeito

Em cada beco há uma voz baixa que fala
E não trava a língua devido ao pavor
Sobre quem morre a míngua por dentro e não para
E veste a personagem de um filme de terror

Nas pontas cinematográficas longas carreiras
Agindo por trás de barreiras sombrias
Inventando magias que despertam semblantes
Vasculhando o antes pra seduzir novos dias









domingo, 12 de fevereiro de 2017

"Momento"



Composição n° 929

MOMENTO
(R.Candeia - 12/02/2017)

Desculpa minha amiga, não sabia
Já passei por isso algumas vezes
Sei que nada que eu falar vai te confortar
Só posso muita força lhe desejar

Nesse momento você precisa entender tudo
Qualquer coisa estaremos sempre aqui
Tudo é explicável pra ciência mas não pro amor
E toda essa dor é de nascença natural

Nunca fui religioso, mas me agarrava numa fé
Que eu buscava bem dentro de mim
Tão no fundo que até eu me perdia
E ficava em transe sem perceber nada ao redor

Garra, sabedoria e sensatez
Todos temos nossa vez na vida
Mas saiba que toda ferida uma hora estanca
Primeiro nos espanca, mas a gente levanta

Tenha ainda mais força do que sempre
Você não está sozinha nesse mundo complexo
Não perca o nexo de sua existência
Porque o amanhã vai sempre estar por vir

O peito angustiado interfere na lucidez
E a tristeza chega e se aloja sem que se possa evitar
E qualquer palavra se torna incapaz
Te desejo muita calma, pois já estive em teu lugar

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

"Linho e Seda"


Composição n° 928

LINHO E SEDA
(R.Candeia - 10/02/2017)

Dentro da redoma tudo é tranquilidade
Onde as vaidades disputam idiotices
Problemas medíocres ganham proporção
Numa não noção de uma patética mesmice

Marcas destiladas em conversas de grifes fiadas
E a sabedoria afiada esquece do que quiser
Fico perdido entre tantos tristes achados
De sábios tapados que adoram enfeitar ao dizer

Livres numa cúpula isolados de tudo
Enxergando outro mundo onde o banal é caro
Escancaro o desconforto a todos que incomodam
E tocam suas sinfonias em tom bárbaro

Braços que jamais serão torcidos
Seus cheques batidos na conta compram
E bancam suas dignidades de linho e seda
Deixando azeda a comida que não doam

Choram pobreza de bolso cheio do último andar
Esquecendo a verdadeira pobreza que se têm
E tudo que vêem são seus lucros acumularem
Vendo seus heróis lutarem contra todos que nada tem

Livres numa cúpula isolados de tudo
Enxergando outro mundo onde o banal é caro
Escancaro o desconforto a todos que incomodam
E tocam suas sinfonias em tom bárbaro



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

"Bordões e Rebeliões"



Composição n° 927

BORDÕES E REBELIÕES
(R.Candeia - 09/02/2017)

Charlatães destilam seus bordões
Puxando cordões até mesmo sem plural
Onde o mal não é levado a sério
Num mistério mais exposto que o pré-sal

Solas gastas por andar em círculos
Dando de cara num muro que se prefere manter
O sofrer é a vitória dos que não tem sorriso
E tomam banho de chuva de granizo por prazer

Rebeliões mentais do obscuro
Golpe duro abominando o martelo e a foice
Tornando tudo doce e maravilha
Quem dera que essa trilha desse jeito fosse

Dinamites e palpites explodem durante as horas
E todo esse aqui e agora fogem pela culatra
Toda essa obsessão ladra para no engarrafamento
Naquele tormento louco de volta às aulas

No final qualquer grama vira quilo
Naquilo que somos desejados sem saber
Todo enfurecer vem de alguma frustração
Como a liquidação dessa terra que está pra vender

Rebeliões mentais no obscuro
Golpe duro abominando o martelo e a foice
Tornando tudo doce e maravilha
Quem dera que essa trilha desse jeito fosse









quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

"Ação Escondida"



Composição n° 926

AÇÃO ESCONDIDA
(R.Candeia - 08/02/2017)

E o sol vem derrubando fortalezas
As belezas do mundo ainda respiram
E os que piram nas verdades comercializadas
São figuras caricatas de amor aos que pisam

Tragédias que possuem pulsações
Sensações de náuseas são comemoradas
Perambulam direitos na história cuspida
São meretrizes traídas pela grana não dada

O que fazer ao não ser reconhecido pelo espelho
A identidade trocada de um sonho emprestado
E no teto espelhado, sozinho, tudo espalhado
Como o ideal mais fácil que você tem adotado

A ação do sol tenta ser escondida por nuvens
A caçada ao terror é passada de forma branda
A bandeira branca ainda está a meio palmo
Nesse calmo terremoto levado por quem se engana

Na filosofia de quem por uma frase guia
Se esconde a orgia de derramamento precoce
Numa multidão que não preenche nada
É a felicidade escoltada de quem assume a posse



domingo, 5 de fevereiro de 2017

"Cativeiros Vagantes"



Composição n° 925

CATIVEIROS VAGANTES
(R.Candeia - 05/02/2017)

Repare na sanidade em nossa volta
Linhas tortas não escritas por ninguém
Nada convém a lucidez que é tão mórbida
Nessa órbita que nos fazem de reféns

Nossos cativeiros vagam vagos pela rua
A minha mente nua imagina esse pesar
Vamos andar nos desviando dessas alucinações
Que trancam portões mesmo sem chave pra entrar

Cativeiros vagantes
Desfilando com o pior do elegante

A insanidade agora é nosso remédio
Nesse mundo médio que se achata a cada dia
Exalando agonia que se veste de esperança
Enganando até crianças que só pedem alegria

Caminhos existem para serem seguidos
E jamais julgados de forma tão radical
Mas julgamos e somos julgados por nossa hipocrisia
Onde sempre se dizia que não fazemos mal

A sanidade me preocupa bastante
Ela vive numa constante tristeza animada
Que fica internada no hospício mais próximo
Achando ótimo tudo que tem receita controlada

Cativeiros vagantes
Desfilando com o pior do elegante

A insanidade agora é nosso remédio
Nesse mundo médio que se achata a cada dia
Exalando agonia que se veste de esperança
Enganando até crianças que só pedem alegria




sábado, 4 de fevereiro de 2017

"Pelos Vãos"


Composição n° 924

PELOS VÃOS
(R.Candeia - 04/02/2017)

Profetizando os movimentos
Te convenço de que sou o melhor
O melhor que você não pode ter
Depois de tantos risos e suor

Nessas horas evite sonhar
Seria bem melhor só o viver
O ontem vai se materializando hoje
Sequestramos aquilo que queremos ser

O verão é sempre o nosso pesadelo
Onde todo o celeiro de ideias se bagunça
Parece um pacto com o destino
E mais tarde servimos à carapuça

Dou risadas sozinhos num monólogo
E logo depois trepo com o imprevisível
Nada sensível é cuspido sem percepção
Então lavo minhas mãos e acho incrível

Mas daqui a pouco as folhas começam a cair
Junto com todos os muros mau erguidos
Tenho seguido minha sombra pelos vãos
Onde só quem não é são tem acesso permitido








quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

"Aos Berros"


Foto by: Róbson Madredeus.

Composição n° 923

AOS BERROS
(R.Candeia - 02/02/2017)

Não entendo essas coisas que acontecem
Nosso futuro perece do presente
E o passado ausente em tantas cabeças
Machuca à beça e não liga mais pra lentes

Não posso acreditar no que vejo
A mesma mafia domina bancadas e cegos
E o ego inflado é descontado do salário
Dos otários que calam e dos que levam pregos

Reelegem inimigos
Esse é o perigo que aqui se faz
Se protegendo de tiros
Atrás de placas que pedem paz

O desconforto dos nossos dias
Começam em notícias que rasgam nossas vistas
Quase nos fazendo revista aos berros
Como nos belos becos secretos nada terroristas

O uniforme muda de lado dependendo do bolso
E o alvoroço muda de nome em carteiradas
É a enganada manada de ódio e fome
Que em nome do estado se diverte em granadas

Reelegem inimigos
Esse é o perigo que aqui se jaz
Se protegendo de tiros
Atrás de placas que pedem paz






quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

"Mentes Traídas"



Composição n° 922

MENTES TRAÍDAS
(R.Candeia - 01/02/2017)

Meu organismo é pura energia
Somos energia de todas as formas
A energia superior pode controlar tudo
Mas ela só existe se a gente quiser

No fluxo divino criado e inventado por nós
Nunca estaremos à sós enquanto vibrarmos
E ao ignorarmos os tiranos mitológicos
Tudo que é lógico nasce sofrendo preconceito

Nosso poder é muito maior do que achamos
Só nós mesmos podemos matar ou dar vida
E não existe castigo, ou sequer recompensa
A mente que pensa é sempre traída

O conservadorismo é o abrigo escolhido
Para preservar o interno conflito, onde
Há o choque de todos os lados do mesmo ser
Sendo lindo pro mundo mas sem se convencer

E toda essa força que pode nos rodear
Está por aí esperando num bar ou em sentido
Nossos ouvidos trabalham em prol da mente
Esqueça serpentes que falam, isso foi mentido

Nosso poder é muito maior do que achamos
Só nós mesmos podemos matar ou dar vida
E não existe castigo, ou sequer recompensa
A mente que pensa é sempre traída