quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
"Devaneios"
Composição nº 861
DEVANEIOS
(R.Candeia - 07/12/2015)
Penso mas meus pensamentos mentem
Me dizendo coisas distorcidas
E viro um homicida de felicidades
Fazendo da facilidade uma história perdida
Isso tudo porque os meus olhos
Insistem em ver todo o inexistente
E fico descontente observando
Tantas mensagens falsas incoerentes
Choro por achar que riem de mim no escuro
Me cerco num muro que conseguem pular
Me algemo em meu lar procurando segurança
Contra a herança que não quero ganhar
Mas eu preciso guiar meus impulsos
É que nos avulsos devaneios me atrapalho
E espalho a que veio minha inocência
A experiência nessa vida eu ainda talho
E agora em minhas largas roupas
Não haverá em mim pouca dedicação
E a imaginação ficará do meu lado
E não serei mais culpado pela auto-acusação
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
"Estalo"
Composição nº 860
ESTALO
(R.Candeia - 03/12/2015)
Sim, sou, faço e escrevo tudo com paixão
Principalmente para agir e nadar contra tudo
Tudo que há de mais nazista, fascista, atrasado
Fechado, retrógrado, conservador e inútil
Contra os costumes babacas intitulados de bons
Que agem diferente de estrumes fedorentos
Que ao menos servem para adubar a terra
Sendo o oposto das coisas que respiram meu ar
Tornando tóxico toda a ideia de evolução possível
Acho incrível a contradição de quem é contra o que não é
É uma masturbação sem gozo com a mão trocada
Em cima da privada confundida com um trono intocável
O umbigo não é o núcleo de todo esse universo
Pensamentos inversos destroem a vida e a liberdade
A vaidade de ser apenas curtido por regurgitar ideias
É o lixo abominável que consome o mundo e as mentes
As máscaras são facilmente identificadas por quem pensa
Debocho de qualquer tipo de crença que serve pra desunir
Não estou aqui pra ser mais um carneiro a ser contado
Por quem dorme achando que o certo só tem um lado
Escrevo porque quero incomodar e penso porque enxergo
E não apenas olho tudo com olhar de quem não sabe quem é
A maior tristeza que existe é a pessoa achar que se é feliz
Sem ao menos saber que a felicidade é o direito de ser si mesmo
O fácil vazio evacuando nas cabeças do imediato
Incriminam as belas ideias dando vida à morte ideológica
Teóricos de um nada comum aleijam mãos que podem afagar
Então, eu mijo nos canteiros sem flores, porque não há cor
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
"Laboratórios"
Composição nº 859
LABORATÓRIOS
(R.Candeia - 02/12/2015)
Neste todo embutido disfarce
Fica na face a luz intensa que brilha
E trilha imensa do instintivo olhar
Que mira sem falhar por milhas
É o desvio que se acha sem procurar
Não há o alvejar com sonhos decorados
É uma exposição da parte concreta
E na abstração secreta se reza com dados
Na confusão entre a razão e o certo
O perito repleto de métodos se demite
E qualquer estudo vira palpite aleatório
Nos laboratórios céticos o amor resiste
(Nos laboratórios éticos o amor agride)
Se há alma gêmea ninguém pode provar
Não podemos acreditar num útero solitário
E sim na gêmea presença que suaviza
E tranquiliza os temores involuntários
E hoje eu escrevi sobre o amor
Desprezando o gráfico do declínio banal
Onde o fraco sinal inter(fere) os ouvidos
Largando sentidos nem gesto fatal
Na confusão entre a razão e o certo
O perito repleto de métodos se demite
E qualquer estudo vira palpite aleatório
Nos laboratórios céticos o amor resiste
(Nos laboratórios éticos o amor agride)
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