quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"Claque"


Composição nº 849


CLAQUE
(R.Candeia - 29/10/2015)

Nos reflexos brilhantes almejo o infinito
E nenhum grito perante é despercebido
Tenho recebido olhares cegos duvidosos
Curiosos habitam os arredores medidos

Nos gestos inusitados enigmáticos
De um modo prático escolho o sinuoso
Antigamente tudo isso era mais fácil
Para as pessoas contra o poder rancoroso

E desgraçadamente o evidente perde
Dentro de um pequeno sinal fatal que mata
Mas na errata todos nós sempre vencemos
Como é engraçada a tal teoria autocrata

Com a convicção da claque que assiste
E assusta e persiste admirando o meu veneno
Num sereno mar virtual que incendeia
A trivialidade que é o cacique dessa aldeia

Compreendi que meu infinito é logo aqui
Carrego ao peito toda a minha fluidez
Por esse tempo que é atleta e não avisa
Deixando até a visão dura em flacidez

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Primeiro ensaio da minha banda, Libertários.


E depois de quase 6 anos parado, tive o imenso prazer, o tesão sublime de voltar aos estúdios, fazer, ensaiar Rock n' Roll, fazer música, afinal, preciso vomitar de alguma forma as poesias-letras que escrevo. E novamente em companhia, do meu querido baixista e amigo, e agora parceiro musical, Elízio, que faço questão de ter sempre, desde a nossa antiga banda Malnenhum (2005 - 2010). Mas agora contamos com guitarristas muito bons de técnicas, conhecimento e sentimento musical. Nosso objetivo agora é ensaiar bastante para que o mais rápido possível, possivelmente em fevereiro, já estejamos fazendo shows novamente! Vida aos Libertários !!!!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

"Dignidade Exilada"



DIGNIDADE EXILADA
(R.Candeia - 27/10/2015)

A madeira ordenada se esconde em casa
Apoiando um brega amor de papelão
Numa triste felicidade aprisionada
Caindo na cilada de tudo esquecer

E na cafona dedicação irracional
O mal do mesmo feito é repetido
Andar mentindo só piora o roteiro
Essa crise nessas horas lhe cai bem

O meio externo ainda é contestado
Mas o interno é jogado na privada
Fazendo sua vida a sua ditadura
Mais uma vez sua dignidade é exilada

Deixado todo ar puro em escassez
Outra vez o muro tampa a paisagem
É a sabotagem de seu próprio valor
Num dissabor que estraga paladares

O sorriso frouxo é bem agoniante
Como a angústia de quem se deita
E escuta claro o veloz coração bater
Se sufocando com a própria mente

Os brindes alegres não existem mais
Porque o seu interno é jogado na privada
Fazendo sua vida a sua ditadura
Mais uma vez sua dignidade é exilada

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"Lavrar"




LAVRAR
(R.Candeia - 18/10/2015)

Diante do espelho vejo o mundo em meu rosto
E o meu desgosto pelas coisas banais
Aquele tanto faz que sai doido queimando
Alucinando cômico as ações naturais

O espelho se racha como se fosse o mundo
Num plano de fundo quase incorrigível
Nada é legível aos olhos do analfabeto
Só a tristeza sem teto bem perceptível

E tudo que se defendem é meio mentira
Ninguém tira um segundo de um tempo contável
O palpável se cega completo e estapeia
E mira repleto em cheio no alvo afável

Segredos enterrados vivos
Ignoram por medo palavras
Que lavram a direção nascida
Numa terra florida que não se escava

"Clima"



CLIMA
(R.Candeia - 16/10/2015)

O tempo está mudando
Apesar desse mormaço
Que assa no aço das veias
Fazendo ceia de estilhaços

Até que enfim o impossível
Vem sendo desfeito
Mas os conceitos misturados
Deixam irados quem crê no perfeito

Não receito gotas de desilusão
Nem faço alusão ao louvável
Na reta instável eu acelero
E não espero nada perdoável

Se aproxima covarde do belo abraço
O amável com uma faca escondida
Que cruza os braços na janela
Imaginando nela uma história perdida

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

"Pianos Desafinados"



PIANOS DESAFINADOS
(R.candeia - 07/10/2015)

O "best seller" é o papel higiênico
Dos que tem prisão de ventre
Temer o bom é meio estranho
Loucura sem tamanho a frente

Porta-vozes não são porta-retratos
E nos ferozes tratos assinam
E assassinam o leviano sem pena
Numa cena que pianos desafinam

Nem sempre tudo mesmo quer
Nem tudo sempre mesmo quer

Dizer algo escondido a mais
Dou sinais perdidos dizendo
A vida nos tira tanto tempo que a gente
Nem sempre sabe o que faz

Quem é o teu coração batendo
Quando não se pensa em nada?
Numa obra tombada que cresce
E rejuvenesce depois da gargalhada

Mas a gente faz o que pode
E quando explode o nosso redor
É que o pior ainda vive e sorri
O mundo de verdade é muito maior

Meus Depoimentos - Parte 05


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

"Aquarela Seca"



Composição nº 844

AQUARELA SECA
(R.Candeia - 01/10/2015)

Partidos partem em cacos a esperança
Eu jurei mentira pra mostrar verdade
Frases se conflitam sem alguma vazão
De bocas de porão que torturam a realidade

Ir e vir passou a ser perigoso pra todos
Não precisamos mais da sombra de fardas
Há farpas o suficiente nos ameaçando
Estão nos traçando um futuro sem fadas

Mas o sol da liberdade vem nascendo
E vai sendo do baralho a melhor carta
E que nos parta todo o lixo que pariu
Que sumiu esvaziando a mesa farta

E nos muros construídos internamente
Encontram-se brechas pra uma salvação
Nas luzes que passam nas finas frechas
Como flechas vindo em nossa direção

Na aquarela seca dessa hermética arte
O vermelho se parte e quase se torna azul
E mesmo assim o sul bombardeia o norte
Que tenta na sorte achar vida nesse corte

Mas o sol da liberdade vem nascendo
E vai sendo do baralho a melhor carta
E que nos parta todo o lixo que pariu
Que sumiu esvaziando a mesa farta



"Tempo Tolo"



Composição º 843

TEMPO TOLO
(R.Candeia - 01/10/2015)

O tempo é louco e fala rouco
E até por nada se esbraveja
O pouco é julgado como crime
E se oprime ao olfato na bandeja

O que falta ao tempo é companhia
E não apenas a que ele mesmo criou
Sua criação deixou cicatrizes
E nas diretrizes se ancorou

O tempo é gay, é moça, é rapaz
E também bobo, tolo demais
É forte em sua aparência
E fraco em simples evidências

O tempo não sabe brincar
O maior relógio sempre o mimou
E isso por vezes o irrita
E amplifica o que se muito ignorou

O tempo trás e também leva
Mas a névoa bem fácil o cega
Ele tem os ponteiros nas mãos
Porque ele também desemprega

O tempo é gay, é moça, é rapaz
E também bobo, tolo demais
É forte em sua aparência
E fraco em simples evidências

Meus depoimentos - Parte 04



Depoimentos que fiz ao lembrar de minha mãe, e ao mesmo tempo homenageando meu afilhado Miguel, que época se encontrava aos 2 anos e meio, e hoje está a praticamente um mês de completar 4 anos.