terça-feira, 24 de novembro de 2015
"Correnteza Lamentada"
Escrevi agora a pouco, é sobre os últimos acontecimentos... É preciso ter muita sensibilidade pra entender ...
Composição nº 858
CORRENTEZA LAMENTADA
(R.Candeia - 24/11/2015)
A sujeira da amargura humana chegou no rio
Nesse fio elétrico que nós criamos e andamos
E tudo ainda morre pelo caminho como apocalipse
Num eclipse que escurece tudo que não cuidamos
E o que era doce virou um chocolate amargo
Num largo percurso por um tempo tão curto
A ganância em um surto arrebentou as barreiras
Levando até mesmo as brancas bandeiras nesse furto
E nesse dilema de lama procuramos um lema
É um triste tema que vai se desenhando
E apenas sonhando consegue se ver o azul
Numa correnteza que hoje vai se lamentando
O que vale tudo isso para o agora gosmento futuro?
Se no furo do cimento rachado fugiu a presa extinção
Deixando a ignição muito mais fora de controle
E a incerteza de uma prole na lei que é seca de perdão
A despedida do que era bonito começa a mover as mãos
Em gestos de adeus à paixão que só não morre na memória
E na história os mergulhos que deverão deixar de existir
O mundo espera que o agir algum dia desenterre a vitória
E nesse dilema de lama procuramos um lema
É um triste tema que vai se desenhando
E apenas sonhando consegue se ver o azul
Num nado livre que hoje vai se lamentando
"Lado Esquerdo da Mesa"
Composição nº 857
LADO ESQUERDO DA MESA
(R.Candeia - 23/11/2015)
Nessa grande loja de inconveniência
Toda demência humana se perpetuou
A lavagem sujou o progresso expoente
Numa ordem doente que nada acrescentou
Quero limpo todo esse gigante quintal
No meu mural não quero propaganda enganosa
Dessas caras horrorosas que se desmascaram
E escancaram o descompasso pras visões harmoniosas
Tudo é tão triste sem um livro de cabeceira
Não é o bolso e a carteira que definem o lado
Geralmente lotado do qual se pertence, assim
O mais fácil convence um ideal jamais prosperado
O pão fresco do lado esquerdo da mesa
Não lesa a consciência pela subestimada vida
Louco é o outro lado feito masoquista
Com ideais egoístas muitas vezes sem comida
O lado esquerdo do peito bate muito mais hábil
Sendo mais fácil atuar de uma forma sensata
Porque o que mais mata é a mente que se limita
Deixando explícita uma abiose que só maltrata
Tudo é tão triste sem um livro de cabeceira
Não é o bolso e a carteira que definem o lado
Geralmente lotado do qual se pertence, assim
O mais fácil convence um ideal jamais prosperado
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
"Gritos no Vazio"
Composição nº 856
GRITOS NO VAZIO
(R.Candeia - 21/11/2015)
E no estado a terminal que não morre
Nessa alvorada que corre mas não chora sonhos
E qual a grandeza da honra vencida
Que de partida ignora o seu tamanho
Qual remédio é barato pros problemas mais caros
Não mascaro impressões nem a frente
Ignoro meus dentes p'rum sorriso forçado
E no traçado só lembranças comoventes
Gritos no vazio, é o futuro por um fio
Que nesse frio pessoal o nó se ata
E a farta ausência da essência que salva
Dissolve a visão que não cega mas mata
E nessa grande geração que não gera nada
Fica estagnada a mudança que seria motriz
Precisamos de barulho e não de escândalos
Qualquer grito no vazio gasta voz e nada diz
Nos endereços sem número um novo começo
As atitudes de gesso limitam a ideia afetiva
Que desativa no ato o tato que revela a textura
Desarticulando a postura de ideias não criativas
Gritos no vazio, é o futuro por um fio
Que nesse frio pessoal o nó se ata
E a farta ausência da essência que salva
Dissolve a visão que não cega mas mata
domingo, 22 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
"Encantamento Confuso"
Composição nº 855
ENCANTAMENTO CONFUSO
O encantamento confuso dos dias que vivo em parafuso
Faz meu fuso horário desajustado de acordo com o horário de
verão
E todos verão em seus relógios que o ilógico é uma questão
de ponteiros
E que eu preciso viajar, simplesmente, por inteiro
Palavras repetidas saem toda hora numa de ataque feito pra
mutilar
E o lar já amanhece de sol fraco com toda a energia sugada
A hereditariedade nessas horas fala alto e torna o ar sujo
de rancor
Que sem precisar pede pra tudo se tonar pior do que parece
O enlouquecimento momentâneo agarra e não tem como fugir
E cada cena é dirigida perfeitamente com a mais cruel imperfeição
Protagonistas deveriam ser coadjuvantes mas não fazem nada
pra isso
Às vezes quando um não quer é preciso entrar de vez na
personagem
E o suor que muitas vezes não é nem valorizado por quem é
premiado
Escorre apenas com a sensação de incômodo por um rosto
fechado
Trancafiado mesmo contra a ideia da principal e esperada
revolução
E em minhas mãos, nada mesmo, apenas o desejo de poder viajar
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
"Alvorada"
Composição nº 854
ALVORADA
(R.Candeia - 16/11/2015)
O mundo em volta vai se movendo
Milhares de seres crendo em seus rumos
E num resumo digo que fico mais leve
Foi tão breve aquela eternidade em que sumo
O alto voo livre sem penas valeu a pena
Tudo se torna abismo ao ser encurralado
No vidro embaçado previ me tornando profeta
Numa completa afronta marginal ao que foi desenhado
Hoje sua existência acidental meu salvou
E tudo de mais sincero lhe entreguei
E você recebeu com louvor e absorção
Que até minha peça íntima te dei
O que é terminal também salva e dá vida
Numa alvorada que transcede loucos desejos
Um vilarejo andante que apanha sonhando
Enquanto vou deixando muito mais que um beijo
E vou contribuindo direto com o plantio
Contra um doentio limite itinerário
E após o calafrio incendiário precedendo a magia
O improviso me contagia e limpa no imaginário
terça-feira, 10 de novembro de 2015
"Estéril Efeito"
Composição nº 853
ESTÉRIL EFEITO
(R.Candeia - 10/11/2015)
Nos impulsos cortantes tento cantar tudo
Nesse mundo de cara torta esquartejante
Que por um instante de rara paz implora
E chora devido ao estéril efeito degradante
A frequência cardíaca aumenta sem parar
Em todo lugar somos antecipadas vítimas
Numa vitrine quebrada sem tantos por quês
Toda possível lucidez já não é mais tão íntima
E até o quieto mudo nobre se exalta
O que falta é só saber usar a fala
Que falha quando algo é consumido
E então, depois sumido, ele se cala
As esquinas intimam quem lá passa
É uma trapaça de golpe pensado e apurado
Estipulado de acordo com os novos costumes
Olhares de estrume querendo tudo privado
E tantas mensagens giram sem cansar
Vão pra todo lugar com letras distorcidas
São de uma seca fonte, escondida e duvidosa
Onde toda prosa ao vencer é coagida
E até o quieto mudo nobre se exalta
O que falta é só saber usar a fala
Que falha quando algo é consumido
E então, depois sumido, ele se cala
"Diário Público II"
Composição nº 852
DIÁRIO PÚBLICO II
(R.Candeia - 05/11/2015)
Pagamos caro para não ter nada
Enquanto muitos recebem pra nada fazer
Somos o percentual maior e trágico
Num gráfico mágico tão pobre que merece tráfico
O desespero vira medo quando
Mesmo de portas abertas
Nunca não se tem saída
Isso muitas vezes traduzem uma prisão
O caminho a seguir inúmeras vezes
É construído covardemente em círculos
A simplicidade se torna um obstáculo cruel
Quando vítimas são condecoradas a réu
A saúde deveria pertencer a todos
Mas nesse (des)caso esses todos
São tratados com desdém
Como se fossem ninguém
E agora o Dudu chamou o Pedrinho
Pra brincar disso também, e rir de nós
Quero ver se esses tantos ninguéns
Vão largar a indigência e tentar existir
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
"Diário Público"
Composição nº 851
DIÁRIO PÚBLICO
(R.Candeia - 05/11/2015)
Bolsos importados são falsos atalhos
Pras verbas que só a gente não vê
Exceto pelos não saudáveis de caráter
É o sistema não único da humilhação
Será que a seringa usada no povo
É descartada do mesmo jeito que os tratam?
A cruzada dos que tem pouco é encruzilhada
E a interpretação é por conta de quem lê
Nenhuma calma sobrevive a tortura
De se sentir menos gente
Nenhum controle se estabiliza
Com a agonia de ser visto como indigente
A doença deveria ser algo normal e sério
E não uma crucificação árdua usada
Como arma pra depois pedir votos
Em calorosos abraços, sem calor e sem braços
Quando as lágrimas óbvias escorridas
Abandonam a dor e abraçam a indignação
É porque a ferida já passou da alma
Deixando atemporal tudo em sua volta
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
"Encontros Não Marcados"
Composição nº 850
ENCONTROS NÃO MARCADOS
(R.Candeia - 03/11/2015)
Sou tua sorte nos momentos difíceis
Sou teu azar nas horas de paz
Mas agora o possível resiste
O que o impossível diz ser incapaz
Impossibilito o impossível de agir
De seguir um fluxo de final infeliz
No chão em giz o refluxo e a perfeição
Escrito com afeição antes da chuva cair
Agora eu sei que ninguém é rei
Busquei e fiquei além do ponto
Encontros não marcados nunca dão errado
E ainda por cima formam belos contos
No egocêntrico pilar da proteção
Estendo o coração e a mão bem aberta
De uma forma esperta pra segurar
E justificar ser o herói que te flerta
Na incoloridade das frases impensadas
Fica prensada toda a nossa literatura
Confundindo a multidão das palavras gravadas
Que como um poema sem fim, dura
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