sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Para(a)normal



PARA(A)NORMAL
(
R.Candeia - Dez/2011)

Não só o pato, como também o parto
Dei a luz sem ser a mãe
E sem ao menos ter esporrado dentro
Como aquele que se diz pai

Não gerei o que hoje é mãe
E nem sequer a plantei
Explorado por cima
E pelos lados, pensei

Pimenta nos dos outros é refresco
E nesse caso eu sou os outros
E outros se dizem emocionados
Com choro sem lágrima

Queria por algum tempo poder
Sair do mundo e descansar
Todo esse peso seria levado
Para o nada pela gravidade

Compras, compras, sofá mais macio
Cifrão voando e estômago vazio
Geladeira e dispensa sobrando
E a vontade sempre faltando

Por isso que tudo só aumenta
Peso e desinteresse total
Estou numa caixa de estresse
Quase eletrônica, que mal


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



PERCEPÇÃO
(R.Candeia - Dez/2011)

O que tem que ser já é
Olhares claros e diretos
Com sorrisos de menina
No mapa, viver é a mina

O tempo só para mesmo
Em fotografias
Ou em solos fortes como o sol
Que aquecem a melodia

E no tempo frio evito drama
Me escondo quente na cama
Esperando o corpo suar
Pra depois me levantar renovado

Os pedidos mais sentidos
São aqueles não ouvidos
Só basta o corpo perceber
A mente dar ok e tudo acontecer

Mais um fumo termina
E repito que viver é a mina
A vontade de ser mais contamina
Só não posso enlouquecer

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Nove Anos" e Homenagens ...


Meus pais em 1995, sinto muita saudade deles, meu pai se foi em 2002 e minha mãe em janeiro de 2011. Dói demais saber que nunca mais poderei abraçá-los e beijá-los, mas fica o conforto de ter tido pais tão maravilhosos, que eu sei, ainda estão me protegendo e olhando por mim. Amo muito vocês, PRA SEMPRE !!




NOVE ANOS
(
R.Candeia - 02/11/2011)

Há nove anos minha jovem vida

Começou a mudar aos poucos
Você meu pai e herói máximo
Precisou descansar em paz


E até hoje lembro de ti
Sempre com amor e carinho
Tuas palavras ecoam sempre

E o meu orgulho só aumenta

É difícil não ter você

Nossos abraços ainda apertam
Nossos passos ainda caminham
E nossa amizade é muito viva


Que a luz sempre esteja em ti
Que a paz linda te envolva
E que você sempre me proteja

Você é o meu mais longo infinito

Te amo, meu pai, meu amigo!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Palavras Já Lidas"


PALAVRAS JÁ LIDAS
(
R.Candeia - Set/2011)

Vidas se encontram nos finais das esquinas
Livros se abrem para a melhor das riquezas
Com letras que formam palavras tão lidas
Que podem ser lindas perante grandezas

Se a mentira for mesmo a força do mundo
Seria a sinceridade uma mera fraqueza?
Prefiro então estar do lado mais fraco
E fazer de tudo isso uma notável beleza

Viva com desejo sempre
Que nada adia o seu dia
Pois a covardia é o excremento
Da mais pura ousadia

E como as garrafas recém servidas
Nossas paciências ficam cheias também
Lembrando das tristezas já vividas
Que saem do passado e seguem além

Mas o melhor remédio é o amanhã
E assim eu quero seguir vivendo
Me lembro das vidas que se encontram
E esqueço de vez o que é sofrimento

Palavras já lidas
E nem sempre tão ditas...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Entender"


ENTENDER
(R.Candeia - Out/2011)

Tarde quente em meu peito
O segundo cigarro do dia aceso
Um café forte daquele jeito
E o ar de sauna que sai do ventilador

Fico pensando no que posso fazer
E em tudo que deve ser feito
Acabo ficando pirado de tanto pensar
E vejo como estou longe do quase perfeito

Sou presidente de mim mesmo
Dou a última palavra em meu interior
Mas é a vida que manda em meu congresso
Ministrando fatos de alegria e de dor

Quero poder sorrir de total alívio
Olhar para trás um dia e ver que deu certo
Entender que pessimismo não é realismo
E que sem medo posso ter um coração aberto

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Processo"


PROCESSO
(R.Candeia - Out/2011)

Abro a janela e vejo o mundo
Observo as pessoas com atenção
Passo a sentir medo de todas elas
E começo a confiar mais no cão

Não confio mais nem em mim
E nas palavras que posso dizer
Falando mal de mim pra minha sombra
Realidade triste que me assombra

Estender a mão e levar facada
Um atropelamento na calçada
Comum nos dias atuais
Doença que o ser humano traz

Quero me purificar de todos
E é claro que de mim também
Um processo limpo na evolução
No cativeiro da mente sou refém

Quero abrir a janela e sentir na pele
O ar fresco das coisas belas
E não ser igual ao que é desprezível
Onde o caráter fica preso numa cela

Estender a mão e levar facada
Um atropelamento na calçada
Comum nos dias atuais
Doença que o ser humano traz

domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz Dia dos Pais !!!


Este aí na foto é o Seu Benedito Gonçalves Candeia, meu pai, meu amigo, sinto muitas saudades dele, das nossas conversas, das suas risadas, da sua calma, paz, alegria e companheirismo.
Hoje é dia dos pais, e é o nono que eu passo sem o meu (pelo menos fisicamente), a saudade ao mesmo tempo que é gostosa, gera uma aflição, gera uma angústia, só pelo fato não poder abraçá-lo, beijá-lo, conversar com ele, pegar conselhos e histórias de vida, que nunca faltavam.
Fico feliz por ter tido em vida a oportunidade de ser escolhido por um pai tão maravilhoso e carinhoso, que sempre esteve comigo, nunca deixou me faltar nada, ele na verdade me entupiu de carinho, presente, conhecimentos, tudo que um verdadeiro pai faz.
Então, em homenagens à todos os BONS pais do Brasil, não importa se é rico,pobre,milionário,miserável, o que importa é ser PAI, um bom pai, como o meu sempre foi.
Fica minha homenagem, e a minha saudade desse ser tão maravilhoso que foi o senhor Benedito, MEU PAI !!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Paracetamol"




PARACETAMOL
(R.Candeia - Jul/2011)

Preciso ser uns cinco de mim
Para entender o que é explicável
Num mundo cheio de amanhãs
E de certezas muito duvidáveis

Qual é o preço do imenso silêncio?
E o peso das palavras pesadas?
Será uma honestidade fatiada
Em rodelas de inverdade?

- “A liberdade tem limite”
Já dizia algum maldoso capataz
Se as palavras devem ser controladas
Então o que eu não digo, vale mais

Inflacionando assim o silêncio
Desse ainda menino milênio comportado
Preciso ter uns quinze de mim ecoando
Para às vezes me sentir acordado

Preciso ter uns vinte de mim
Para às vezes eu me sentir um só ...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Indignação"


As coisas na vida vão acontecendo e a gente quase sempre nem nota, tudo passa despercebido. Eu cresci sabendo, aprendendo e participando (como vítima) de histórias que do meu ponto de vista seriam extremamente improváveis, coisas repugnantes e sujas que ultrapassaram por muito o limite da tosquidão e da insensibilidade, que se paramos pra pensar, fica dificil de acreditar que seres humanos possam ter esse tipo de caráter, histórias absurdas de pessoas que se fazem de sonsas, de vítimas, de pobres coitadas, mas que no fundo são um poço de merda, que fedem e manipulam os que vivem próximos e que mesmo assim fazem vistas grossas que ao meu ver também são estúpidos e idiotas que já foram vítimas um dia, e que se tornaram bundões e babacas sem personalidades, sem atitudes, ovelhinhas mansas e comandadas pelo pastor do rebanho, que quando estão por trás se fazem de leões fortes e superiores, e que eu sinceramente tenho orgulho de falar que não pertenço a tal grupo, e nesses últimos dias aconteceram mais coisas, e então surgiram mais histórias, que digo, do fundo do meu coração, me deixaram muito triste e boquiaberto, com a tamanha sujeira, imprudência, barbaridade e crueldade, e claro, acima de tudo egoísmo, oportunismo, ganância e mesquinharia ... Então, a mensagem que coloquei no poema abaixo é direcionada para todos esses vírus e bactérias, que em algum momento de nossas vidas nos infeccionou e nos fez de hospedeiro, nem que tenha sido apenas por algumas horas, dias, meses ou anos, mas que por alguma razão, não conseguiu nos matar (nos matar - sinônimo de: "nos tornar como eles") ...

INDIGNAÇÃO
(R.Candeia - 26/05/2011)

Até onde a ganância irá nos levar?
Fazendo da morte um momento de alívio
Maustratos na pele e na alma sentidos
E a consciência será que é tranqüila?

Toda a mentira imposta ao mundo
Pelas bocas sujas e malditas irão
Arrancar um por um cada dente
E de dentro do ventre virá solidão

Apenas uma justiça pode falhar
A outra vem, mesmo ao tardar
Creio que pagamos pelo que somos
E que ser feliz não é só ter pra guardar

Agora não terá mais latidos ou pedidos
Que quando não eram, eram mal atendidos
E o ventre começa a gerar a ausência
E a transformar travesseiro em pedra

Será que remédios resolverão?
Podem aliviar sim, mas nunca
Nunca apagarão as conseqüências
Que virão aos monstros sem coração

sexta-feira, 29 de abril de 2011

20 Anos Sem Gonzaguinha !


No dia 29 de abril de 1991 às 07:30h, após uma apresentação em Pato Branco, no Paraná, Gonzaguinha morreu aos 45 anos, vítima de um acidente automobilístico, entre as cidades de Renascença e Marmeleiro, enquanto dirigia o automóvel rumo a Francisco Beltrão, depois ia a Foz do Iguaçu. Este trágico acidente encerrou de forma repentina a sua brilhante carreira.
Gonzaguinha, era filho do também cantor e compositor Luiz Gonzaga e de Odaleia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil, que morreu de tuberculose, aos 46 anos. Acabou sendo criado pelos padrinhos Dina e Xavier.
Compôs a primeira canção "Lembranças da Primavera" aos catorze anos, e em 1961, com 16 anos foi morar em Cocotá com o pai para estudar. Voltou para o Rio de Janeiro para estudar Economia, pela Universidade Cândido Mendes Ari Fontera. Na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins. Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve dois filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra: a atriz Amora Pêra.
Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 70 e em 1971 resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação.
Característico pela postura de crítica à ditadura, submeteu-se ao DOPS, assim, das 72 canções mostradas, 54 foram CENSURADAS, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos da mídia lhe valeram o apelido de "cantor rancor", com canções ásperas, como Piada infeliz e Erva. Com o começo da abertura política, na segunda metade da década de 70, começou a modificar o discurso e a compor músicas de tom mais aprazível para o público da época, como Começaria tudo outra vez, Explode Coração e Grito de alerta, e também temas de regaee, como O que é o que é' e Nem o pobre nem o rei.
As composições foram gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Simone, Elis Regina (Redescobrir ou Ciranda de Pedra), Fágner, e Joanna. Dentre estas, destaca-se Simone com os grandes sucessos de Sangrando, Mulher, e daí e Começaria tudo outra vez, Da maior liberdade, É, Petúnia Resedá.
Em 1975 dispensou os empresários e se tornou um artista independente, o que fez em 1986, fundar o selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.
Nos últimos doze anos de vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete Martins—Lelete e a filha deles, a caçula Mariana.

Isso é Gozaguinha,
Então deixo aqui a minha mais sicera e humilde homenagem a esse monstro sagrada da MPB!
Viva Gonzaguinha !!!!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sessenta Dias

Eu e minha mãezinha em 2007


Eu e minha mãezinha em 2010

SESSENTA DIAS

(R.Candeia - 21/03/2011)

Sessenta dias após tua partida
Para o irremediável infinito
E minhas lágrimas umedecem
A tristeza a cada noite que termina

Teu quarto só perde em vazio

Para o meu largo coração
Que sempre te teve dentro
Para lhe dar abrigo eterno


Sei muito bem que você descansou

Depois de tantas lutas e tempestades
Até as rainhas adormecem
Mas seus tronos são intocáveis

A saudade bate forte no peito
Movida pela lembrança dos dias
Dias que jamais me esquecerei
Porque acima de tudo tinha o amor

Amor que sempre viverá
Porque você é eterna
E eu sempre serei grato por tudo
Mãe, eu tô com saudade

O tempo já está me maltratando
Quase que judiando de mim
Mas tenha a certeza de uma coisa
Eu te amarei pra sempre, Mãe

E o que me dá mais força

É que eu sei que você
Também nunca esquecerá de mim
E irá sempre me amar

Te amo...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

De: Róbson Para: Ricardo


Antes de qualquer coisa, queria agradecer de coração e até mais profundo do que isso, ao meu amigo-poeta Róbson Madredeus, com quem já tive o prazer, o tesão, de dividir o palco da Lona Cultural de Jacarepaguá por inúmeras vezes naqueles recitais de poesia que rolavam por lá entre 2007 e 2008.
Róbson, valeu mesmo pela torcida, pelas vibrações positivas, pela companhia na hora da despedida da minha mãezinha que tanto está me fazendo falta e também fazendo doer aqui dentro do meu peito.
E é claro, por esse texto lindíssimo e super profundo que fez a Rafaella e eu chorarmos ...

O Que Aprendi (Róbson Madredeus)

Outro dia me pus à pensar oque eu aprendi com aqueles que a tanto tempo eu chamo de MEUS AMIGOS(A). fiz uma avaliação rápida: o André me ensinou que as pessoas mudam, e que algumas vezes oque há dentro delas é tão pequeno que os amigos não cabem nessa mudança, a Fabiana me ensinou que por mais que o mundo algumas vezes conspire contra você, algumas pessoas não mudam, só melhoram ou pioram em cima daquilo que elas são, e que você sempre poderá confiar naquele amigo de anos atrás, O Jonathan me ensinou que a distância e a falta de tempo não deixam enferrujar uma amizade verdadeira, o Artur me ensinou que mentes brilhantes realmente pensam juntas e se complementam, mas devemos tomar cuidado para que nossa sintonia criativa não seja corrompida pelo ego ou por algum chefe que não esteja contente em ver dois amigos trabalhando juntos, o Allan me ensinou que o meu modo de ver a vida pode mudar a visão de alguém, o Erique me ensinou que os amigos idiotas e bobões guardam dentro de si tesouros de valor inigualável e que esses bobões amadurecem e a lealdade deles é mais certa que daqueles que lhe bajulam tanto, o Ricardo me ensinou que ser um bom amigo é uma propaganda pessoal e que outros vão querer ser seus amigos quando ouvirem falar de você, desta forma você nunca estará sozinho. E aprendi outra coisa importante com o High (Ricardo), amar nossos pais, aturarmos suas chatiações, compreendermos suas incompreensões, trata-los com carinho e procurarmos retribuir um pouco do esforço que tiveram conosco é a única maneira eficaz de não deixarmos pesos na consciência quando de repente eles partirem para um “mundo melhor”. High, todas as vezes que lhe via falando da sua mãe, ou lhe encontrava no carro voltando com ela do restaurante no fim de semana, ou quando você comentava sorridente e sem aquelas mágoas típicas de filho de como sua mãe era estressada, eu ficava imaginando se eu poderia um dia ser um filho tão dedicado à minha mãe, tão compreensivo...
Agora é o inicio de uma nova vida, para você e para ela, porém nenhuma dívida ficou lá no passado, ela deixou no mundo um homem que muitos amam e admiram pelo seu coração grande e seu jeito divertido e levou consigo um amor tão grande que talvez um com o mesmo DNA dela não fosse capaz de oferecer, e olha que ela nem levou tudo, tá na cara que ainda tem um monte desse amor guardado com você.

Meu amigo, neste momento dificil nós lhe desejamos muita força e sabemos que não é fácil, mas estamos ao seu lado e já nos sentimos todos, como sendo sua nova família... e dispense seus agradecimentos, só estamos fazendo a nossa obrigação, só estamos fazendo aquilo que temos certeza que você faria se a perda fosse nossa...

Paz e Luz...

Em nome de todos os seus amigos!