Composição nº 882
DERRISÃO
(R.Candeia – 04/08/2016)
Poetas escondidos por medo das palavras
Refugiados de um ato sem crime
Que só reprime quem pode ensinar
Então dou minha derrisão pra esse filme
Artérias estouradas por tanta pressão
Em que mãos comemos de regime
A ideia firme é perseguida pela lei
Mas nos banheiros sujos tudo se redime
Nessa pobre festa que inventaram
Esqueco meu relógio em algum lugar do mundo
Nessa aflição que deprime os que falam
E vangloria os que tapam e se fazem de mudo
Na desnatureza que consome o destino
Tudo se fragmenta em prol da desilusão
Numa paixão bastarda pelo silêncio
A perfeita saída é na contramão