quinta-feira, 30 de março de 2017

"Movido à Miséria"



Composição n° 944

MOVIDOS À MISÉRIA
(R.Candeia - 30/03/2017)

Cárcere privado de nós mesmos
Numa lei que só beija realeza
E diante de reis liberta
Até as mais malvadas princesas

Filas que mudam de lugar
Fazendo sorrir trocando a direção
Isso demonstra de forma doída
Que nada está perpétuo em nossas mãos

Manifestos e gritos e o carro fechado
Carruagem movida a miséria
Que depois de tudo recebeu proteção
Condenação feliz em luxo no Leblon

Reformas inversas são feitas na cara
E levadas como tara de uma salvação
É a desilusão que maneja a inocência
Pedindo decência pra quem diz não

Ainda bem que não somos eternos
Porque precisamos também descansar
Na eternidade carteiras se desmancham
E a contribuição consegue terminar

(Contribuição à nossa probreza
Que beleza
Contribuição às suas riquezas
Com certeza)

Manifestos e gritos e o carro fechado
Carruagem movida a miséria
Que depois de tudo recebeu proteção
Condenação feliz em luxo no Leblon





quarta-feira, 29 de março de 2017

"Tapas do Destino"


Composição n° 943

TAPAS DO DESTINO
(R.Candeia - 29/03/2017)

Nos tapas do destino qualquer menino
Amadurece perante ao que enlouquece
E não adianta preces nem no desespero
É que o tempero às vezes se esquece

Não há misericórdia nesta festa louca
Da discórdia que puxa sempre nossa corda
E na borda fica o abismo do achismo
Acima do sinal entre nuvens que acorda

Obstruindo sinais interrompendo passagens
Nas tantas viagens legais tão letais
Que são quase fatais diante da hipnose
E nas neuroses a fantasia satisfaz

Cataratas puras cristalinas aparecem
E enxergam até mais do que aquele além
Num harém recheado de tantas soluções
Nossos pulmões escolhem o ar que lhes convém

Na agonia libertada bate a luz do sol
Retirando o anzol que rasga toda a pele
E repele em volta a energia acorrentada
Que agora solta dorme esperando que a vele

Obstruindo sinais interrompendo passagens
Nas tantas viagens legais tão letais
Que são quase fatais diante da hipnose
E nas neuroses a fantasia satisfaz




quinta-feira, 23 de março de 2017

"Escárnio"



Composição n° 942

ESCÁRNIO
(R.Candeia - 23/03/2017)

Nessa realidade de pedra
Eu atiro com força a primeira flor
Tenham paciência pra ver
O entardecer ausente de dor

Toda nulidade mostrada
Gera consequências expostas
Como fraturas surpresas
Onde tudo é presa pelas costas

Um dia ainda vai nascer
Aquele que dirá a verdade
Contra a bondade comprada
Pela terceirizada vontade

E todo vazio que dá no peito
É apenas um jeito da cabeça avisar
Que até o sangrar deve ter prazer
E o que fazer pra tudo mudar

Desorganizações mostram todo rumo
É o supra sumo do escárnio
Que parte com o raio tão direito
Dentro de um conceito que eu vaio

Um dia ainda vai nascer
Aquele que dirá a verdade
Contra a bondade comprada
Pela terceirizada vontade

terça-feira, 21 de março de 2017

"Catalogando Nexos"



Composição n ° 941

CATALOGANDO NEXOS
(R.Candeia - 21/03/2017)

Sol bate de frente no meu parabrisa
Protejo minha visão que se perde
Na escuridão trazida pela forte luz
Que modifica do branco ao verde

Estrada caminhada numa simples rota
O que entorta é o refletir e o pensar
O agonizar não mora dentro de mim
Não leio o fim só pra me preparar

Em cada calçada dezenas de livros
Que o tempo não livra jamais de apressar
Com a pressão de quem não tem o luxo
De deixar o lixo se estragar

E o jornal foi montado, lido e comentado
Depois foi usado como banheiro de cães
Melhor das soluções tomadas aqui
Aliviando vontade de criaturas tão sãs

Mentiras de mentores possuem asas
E nas casas tão mudas aceitam de tudo
Qual o escudo que não fere reflexos
Catalogando nexos pra atos miúdos

Em cada calçada dezenas de livros
Que o tempo não livra jamais de apressar
Com a pressão de quem não tem o luxo
De deixar o lixo se estragar














quinta-feira, 16 de março de 2017

"Deformidades"



Composição n° 940

DEFORMIDADE
(R.Candeia - 16/03/2017)

Todo esse tempo está tão veloz
Como politicos em favelas
Minhas canelas batem na grandiosidade
Dos intelectuais que vomitam na tela

Os estorvos sociais só sabem sugar
São como a energia negativa que bate
Num empate técnico com a tragédia
E são apenas comédias dentro de um iate

A deformidade na cara de um país
Que possui um coração infartado
Onde objetivos pequenos comandam
Na boca só cifras e um hálito abafado

Utilidade execrada num lugar condenado
Onde se tem julgado ignorando seus umbigos
Esse é o atraso de uma nação abandonada
Que orientada ainda torce pra inimigos

Risorts escolhidos para festejar o odor
Nessa balança programada pra desequilibrar
Nesse nada a falar entre tantas frases
Coisas que até hoje o tempo não pôde mudar


quarta-feira, 15 de março de 2017

"Por Dias"



Composição n° 939

POR DIAS
(R.Candeia - 15/03/2017)

E por dia se perdoa mil pecados inventados
Nessa frente fria que não refresca nem ódio
Fazendo o ópio perder por total seu efeito
Acabando perfeito com nossas chances de ócio

Retorcendo vertigens de uma forma cruel
Nesse céu descolorido que tanto planejam
E invejam futilidades em suas fatalidades
Na divina crueldade que por nada farejam

Reinventam verdades alucinadas no puro
Num furo de notícia vendida por mil almas
No fundo as palmas assombrando os ares
Ignorar os radares é um bom remédio pra calma

Por dia podiam pedir pra vir sem razão
Tudo que não impede o lado bom da sombra
A sombra em ação incomoda o prazer
De quem veio a nascer pra chantagear com sobras

E pelo meio dos dias especulo espetáculos
Que vivem isolados em peitos angustiados
Por tantos medos de outras muitas visões
Que viram maldições gerando auto-anulados

Reinventam verdades alucinadas no puro
Num furo de notícia vendida por mil almas
No fundo as palmas assombrando os ares
Ignorar os radares é um bom remédio pra calma








terça-feira, 14 de março de 2017

"Rompendo Peles"



Composição n° 938

ROMPENDO PELES
(R.Candeia - 14/03/2017)

Entendo seus problemas que confundem
E caso inundem estou aqui pra salvar
Só não quero somar nessa subtração
Nenhuma mão foi criada pra fechar

Conversas privadas à sós violando noites
Pontos vitais tocados por palavras não medidas
Dando mordidas nas sílabas armadas
Buscando a entonação que não abra feridas

E toda manhã nasce com lábios de esperança
Tirando a mordaça soltando o que é secreto
Num ato repleto de desejos e lindas vontades
Enganando as vaidades com espelhos de concreto

O calor deve ser mais forte rompendo peles
E nesse filme, estamos nele ensaiando a cena
Onde todo décimo de segundo acrescenta
Pitadas tão sensíveis em doses grandes e pequenas

E eu sempre escuto parecendo nunca ouvir
Fantasiando nas mentes um ferir que não existe
Todo ensejo se esconde em nosso fruto liberado
Qualquer mundo é encontrado quando se insiste

E toda manhã nasce com lábios de esperança
Tirando a mordaça soltando o que é secreto
Num ato repleto de desejos e lindas vontades
Enganando as vaidades com espelhos de concreto











sexta-feira, 10 de março de 2017

"Recados Marginais"



Composição n° 937

RECADOS MARGINAIS
(R.Candeia - 10/03/2017)

Tudo corre e me diz que está indo
Em qualquer recinto desequilíbro tons
Variados sons valorizam a surdez
Diante da mudez direcionada aos bons

Reajo a toda forma de supremacia triste
Nada consiste no meu aceitar cantando
Só não vou nadando porque me afogo
E logo verão que não sou apenas um insano

Quando o eco não volta nascem mágoas
Em suas águas poluídas que batizam
E com seus céus infernizam o que é fértil
Como os marginais que antes sempre avisam

Qualquer puritano massacra escondido
Seus achados perdidos idolatram medos
Mas no palco da vida pregam o correto
Feito martelos em coretos acertando dedos

Nem a famosa água benta cura essa secura
E o mar vermelho como sempre não abriu
A procura é feita em qualquer lugar errado
E aquele tratado que se crê, apenas iludiu

Quando o eco não volta nascem mágoas
Em suas águas poluídas que batizam
E com seus céus infernizam o que é fértil
Como os marginais que antes sempre avisam







quinta-feira, 9 de março de 2017

"Sintomas"



Composição n°936

SINTOMAS
(R.Candeia - 10/03/2017)

Já está tarde demais pra dizer que é cedo
Nenhum medo pra sempre vive
Estive fora de mim passando férias
E por minhas artérias me contive

O abraço não pode ser combinado
Somos taxados loucos por tantos insanos
Com seus panos sobre poeiras letais
Tais como seus inúteis egoístas planos

Fico tranquilo como num tarja preta
De uma forma concreta ignoro ignorância
A relevância é um mal necessário
O sintoma de otário morreu pela infância

Um olhar pode ser uma anestesia errada
Substância trocada por um erro comum
E num descuido do atraso que incorpora
Se joga fora do ser humano a lição número um

Ordenamos nossa anarquia ponderada
Nessa jornada presa na liberdade paga
O que propaga a leveza em nosso corpo
São as cicatrizes vivas que nos afagam

Levo tranquilo tudo sem tarja preta
De uma forma concreta ignoro ignorância
A relevância é um mal necessário
O sintoma de otário morreu pela infância




terça-feira, 7 de março de 2017

"Lado Sensorial"



Composição n°935

LADO SENSORIAL
(R.Candeia - 07/03/2017)

Nos lances indigestos de origens obscuras
Navegamos sem tortura com alguma direção
E em cada mão que abre soltamos liberdade
Nessa verdade que arde acendendo a escuridão

Curvas mal feitas se esquivam do irreal
Um súbito mal que fingimos sempre engolir
Dentro de qualquer partir fica o desejo
Até de tudo que não vejo mas existe por aqui

O sinal pisca no nosso interior desajustado
O alerta grita de grutas ao lado de paisagens
Nessa boba miragem de que tudo vai melhorar
O ver engana o enxergar, corrupção em imagens

Então ligo o meu lado mais sensorial
Para o meu coração territorial bater no ritmo
Das vidas que só pedem um pouco de retina
Nessa rotina que desatina e abraça meu íntimo

Quero que busquem até em bosques destruídos
Todo o florido que deu lugar a elevadores
E em toda a flora que hoje são apenas vagas
Reduzindo essa carga eliminando dores

O sinal pisca no nosso interior desajustado
O alerta grita de grutas ao lado de paisagens
Nessa boba miragem de que tudo vai melhorar
O ver engana o enxergar, corrupção em imagens


sexta-feira, 3 de março de 2017

"Ao Vivo"



Composição n° 934

AO VIVO
(R.Candeia - 03/03/2017)

Me busco, corro em volta de mim
E me encontro caçando significados
Para cada palavra ou olhar que arranha
Nenhuma façanha me beija derrotado

Engano virtudes viciosas as tragando
Beirando o muro do lado jamais procurado
Então isolado mas entre a multidão
Reconheço o caminho pelo chão sonhado

Assisto ao vivo rasgarem peles
Marcadas por corações ou frases que sangram
Traços que andam e modificam o ser
Fazendo do viver pertencer aos que planam

E vejo minha sombra bem louca entrando
Num bar de madrugada querendo sempre ficar
Só para embebedar os vigilantes de plantão
Os que não dão nem uma mão mas amam julgar

Me dê uma alucinacão para enxergar além
Porque aqui ninguém está a salvo
Somos o alvo principal desse canibalismo
Amado mecanismo do qual me destravo

Assisto ao vivo rasgarem peles
Marcadas por corações ou frases que sangram
Traços que andam e modificam o ser
Fazendo do viver pertencer aos que planam