sexta-feira, 25 de março de 2016

"Inescrutável"




Composição nº 872


INESCRUTÁVEL
(R.Candeia – 25/03/2016)

Caminho me desviando de pedras
Nessa decadência ocidental que fere
A força é a fraqueza do homem
Que buscam suas provações inúteis
Numa miopia que torna tudo alvo

Sou muito sincero em minha falsidade
Me escondo nessa sociedade sem nome
Cada um é o seu próprio destino
Em um desatino grito preso nos muros
Que tapam gargantas e agem com asfixia

As verdades sagradas podem ser nocivas
Quando defrontadas por pensamentos
Que abominam aqueles que tem menos
Que ficam lutando por quem tem mais
Derramando o cálice que foi enchido por vidas

É a esmola não dada pelos que têm pouco
À aqueles que nada tem só por volúpia
Pondo em êxtase suas palavras sem sentido
São gozos de masturbação que nasceram
Não se sabe como mas por um orgástico acidente

sábado, 12 de março de 2016

"Às Vezes é Pra Sempre"



Composição nº 871


ÀS VEZES É PRA SEMPRE
(R.Candeia – 12/03/2016)

Chove, agora bem forte chove
Refresco que ao mesmo tempo comove
O que relaxa pode trazer dor
E torço com fervor que nada aconteça
Penso bem distante com meu copo
Carregado de gelo e cigarro aceso

E no barulho da chuva imagino tudo
Toda a correria previsível dos fugitivos
A fuga que muitas é pega com raiva
Pelo caos transbordante dos céus
Que torna os invisíveis bem visíveis
Em notícias quase sempre tristes

Que seus humildes castelos feitos a mão
Não sofram escoriações nos pilares
Já não bastam os males que nem sempre
Vêm somente para o bem
Que mais profecias virão pra essa nação?
Pois, o custo é alto, e às vezes pra sempre

"Teto Estrelado"



Composição nº 870


TETO ESTRELADO
(R.Candeia – 12/03/2016)

Minhas palavras ignoram linhas
Linhas de pensamentos que enforcam
Não dou margem dentro de mim
Mas estaciono imagens na mente

Nas ruas um emaranhado de gente
Nem todas possuem endereço
Mas tem como ponto de referência
Apenas o céu sobre a cabeça

E nos conservantes e conservadores
Que nas cores enxergam diferenças
Pigmentações que definem o ser
Em desastres que superam crenças

Sentidos submersos nos últimos borbulhos
E nos entulhos vindo de escombros
Sonhos e assombros se beijam com medo
E tudo permanece confuso sob o brilho da estrelas

"Ás de Copas e Bacanas"


Composição nº 869

ÁS DE COPAS E BACANAS
(R.Candeia – 12/03/2016)

O escárnio aceso feito vela
E o mundo triste canta a capela
O que da janela se vê ao vivo
Sobrevivo em matéria ilusória
Numa custódia contra decepção

E  as palavras armadas a fogo
Viram brisas verbais refrescantes
Quando o instante é epidêmico
E o tolo sacrifício é convocado
Pra deixar coroado o urro equivocado

Na orla do mar tudo é mais bonito
A marisia balança cartazes revoltados
E suas anti-poesias bélicas decoradas
Que são autorizadas por seus advogados
Batendo "martelos" a favor da máquina

sexta-feira, 11 de março de 2016

"Público e Privado juntos na Privada"




PÚBLICO e PRIVADO juntos na Privada

Por: Ricardo Candeia

Rio, 11/03/2016

É incrível o grande LIXO que nos rodeia e nos é oferecido, tanto no público quanto no privado(a), somos obrigados a conviver com um total descaso a população, e digo mais, a humanidade, o transporte público como SEMPRE uma porcaria, ônibus que demoram infinitos a passar, e quando chegam, duram uma vida inteira pra sair, até mesmo nos terminais, que deveriam ser rápidos, práticos e objetivos, pois lá se encontra uma concentração maior de ônibus, mas o que vemos é, desorganização, muito empurra-empurra, filas imensas, gigantescas, com mais de 200, 300 pessoas esperando por um ônibus, logo antes das 6:30h da manhã, ocasionando hiper super mega desumana lotação que extrapola por muito a máxima, com ares condicionados que quando estão funcionando não dão nenhuma vazão, todos exprimidos em busca de chegar no trabalho, que dizem que dignifica o homem, mas que pra chegar ao mesmo é necessário deixá-la de lado, porque tais condições dadas passam longe de serem dignas pra qualquer pessoa, e os hospitais? Toda vez que precisei usar ou levar alguém a uma UPA ou qualquer outro hospital público, o remédio sempre receitado é o Paracetamol, parece piada, mas não é, infelizmente, isso sem contar a falta de aparelhos, leitos, materiais pra curativos e até mesmo de limpeza, ainda tem a Samu que demora muitas vezes a vida de quem está passando mal ou acidentado pra chegar, e o serviço dos planos de saúde? Empacando por muitas vezes operações e tratamentos de seus clientes, que muitas vezes passam anos e anos pagando preços caríssimos que só aumentam desgovernadamente a cada ano que passa, e não importa a gravidade da doença, é o dinheiro em primeiro lugar, o pensamento é LUCRO, LUCRO, LUCRO, e que se dane a vida, o importante é enriquecer. E com os bancos é a mesma coisa, há cerca de um mês atrás precisei abrir uma conta e escolhi o centenário e respeitado Banco do Brasil, e a gerente vem e me diz que só teria VAGA pra dali há um mês, não acreditei, mas sabia que era verdade, pois aqui na terra Tupiniquim, tudo é mais difícil e a burocracia é de deixar qualquer um louco, então fui ao Santander no mesmo dia, logo em seguida, e desde então, ACREDITEM, ainda não consegui abrir uma simples conta, hoje já foi a terceira vez que fui na agência e o resultado é CONTA AINDA NÃO CADASTRADA, e pra piorar, já é a terceira vez (que somando tudo dá 6 vezes) em quase um mês que a gerente da conta não se encontrava, pois havia saído e não sabiam que horas ela iria (irá) voltar, isso sem contar que, mesmo me dando o número do telefone de sua mesa, toda vez que eu ligo ela nunca atende. Perceberam? Estamos sem saída, esse país está perdido, o Rio de Janeiro está sendo jogado em valões há tempos, talvez seja essa a causa de tantas enchentes, todo mundo só rouba, é escândalo atrás de escândalo e não importa o partido, está tudo partido mesmo. O que mais me deixa irritado é que todos esses serviços, públicos ou privados, acham que estão fazendo um grande favor a todos nós, ledo engano, pois o público nós pagamos através dos altíssimos impostos, os mais caros do MUNDO, diga-se de passagem, e o privado, que uma hora ou outra temos que escolher, pagamos caro também, com altas tarifas bancárias e péssimos atendimentos, que também demoram absurdamente, mesmo com o banco vazio. É uma vergonha, não temos nenhum tipo de segurança, não podemos confiar em nada que é nos oferecido, em nada mesmo, somos palhaços, somos os protagonistas dessa piada há 5 séculos, e acima de tudo, reféns desse sistema brasileiro, que na verdade, historicamente, NUNCA FUNCIONOU, pelo menos pro povo, que é o ÚNICO que paga e SOFRE com isso ... No dia que eu puder, eu ainda saio desse país ...

quinta-feira, 10 de março de 2016

"Reveja"



Composição nº 868

REVEJA
(R.Candeia - 07/03/2016)

Busco as mentes sem portas
Prefiro contestar o batido
Onde ir e quando voltar
Não tenho ido e nem mais partido

Partam-se ódios desprovidos
Sem visão, turvo e oriundo
De um mundo separado por ideais
Onde mais se nascem moribundos

Apago e descarto tudo da lista
E na pista não paro pra facilitar
Prazeres insanos de um lado egoísta
Que batem panelas de frente pro mar

A exclusividade não é mais exclusiva
De forma explosiva um útero geram
E o jogam como o ventre dos problemas
Edemas escondendo valores proliferam


segunda-feira, 7 de março de 2016

"Estado Pobre"


Composição nº 867

ESTADO POBRE
(R.Candeia - 03/03/2016)

A sobrecarga descarrega podre
É um pobre estado de espírito
Espírito com aroma de carré
Com seus passos e audição
Derramados numa vencida feijoada
Que é desperdiçada nessa aberração

Perdi peso no carma e na calma
Minha alma agradece fina
Por cima mas sem o altar
Que é a carapuça dos iludidos
Que se acham os escolhidos
Mas nem sabem o por quê do achar

Desencosto a tempo desse quadro triste
Que a tanta feiura espalha e resiste
Numa fantasia de bravura
Que se contagia na ausência das palavras
Que lavram sua terra fraca pra agricultura
Curtindo sua amargura e o azedo no olhar

"Florescendo em Chamas"



Composição nº 866

FLORESCENDO EM CHAMAS
(R.Candeia - 03/03/2016)

Todo pensamento é vago
Quando não se há vagas
Pra poder crescer
O florescer não fica tão alegre
Quando ele é entregue em um buquê

Então por quê tudo nos desafia
E a cada dia é preciso renascer?
Desafio o movimento pra não me estagnar
O que é feito do peito deixa estreito
O que da sua direita vem pra escravizar

Me convenço que no torcer dos dedos
Eu machuco o medo no meu vício de menino
Sempre peregrino ao lado do desejo
Mas quando bocejo me abasteço com café
E na fé particular, é livre que me protejo