segunda-feira, 24 de março de 2014
"Feições"
FEIÇÕES
(R.Candeia - 07/03/2014)
O futuro do mundo é incerto
E se encontra bem em cima do muro
Já não bastasse ele ser tão duro
Ainda somos tratados como insetos
O mundo anda mau e afoito
Com pessoas, por nada, se matando
Vendo a vida depressa se mandando
Como se fosse o último coito
Nessa tempestade nada quer se esclarecer
Panacas desfilam em suas passarelas tortas
Com feições de quem deu de cara na porta
E com a energia de quem acabou de falecer
Empinam o nariz em suas ilusórias perfeições
O futuro incerto é mesmo certo
Nessa moda, o que é estúpido é correto
Deformando cada vez mais suas feições
quinta-feira, 20 de março de 2014
"Escuridão Acesa"
ESCURIDÃO ACESA
(R.Candeia - 07/03/2014)
Palavras que ecoam vazias
Surgem do nada interno
O externo pode mostrar o inferno
E derrubar o céu que você sentia
Seres com o mesmo enredo
Sem nenhuma coragem de mudar
Almas penadas pelo mundo, a agonizar
Escudo nas agulhas, ampôlas de medo
Suas caras medonhas e bizarras
Tornam qualquer ameba invejosa
Será essa banalidade contagiosa?
No desuso do cérebro, a boca só escarra
Em qual esgoto se criou essa praga?
Bosques destruídos pela não lucidez
Qual neurônio começou essa escassez?
É uma forte escuridão que não se apaga
sábado, 1 de março de 2014
"Coisa Pessoal"
COISA PESSOAL
(R.Candeia - 27/02/2014)
Tenho o meu jeito de ser
Não sei bancar o idiota
Para agradar ninguém
Ou gosta ou não gosta
Mundo infeliz de falsa felicidade
Por todos os lados só insanidade
E depois o louco sou eu
Tudo passa, mas esse golpe doeu
A cada dia que passo aqui
Me sinto cada vez mais entranho
A adaptação vai piorando
Tento achar chão num buraco sem tamanho
Não me envergonho por não aceitar tudo
A aceitação é uma escolha pessoal
As consequências sempre existirão
Nossa força às vezes vem da textura do chão
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