domingo, 29 de julho de 2007

(C)egos; Descontrole; Além da Imaginação e Operários da Escravidão




(C)EGOS
(
R.Candeia - 2007)

Pessoas disfarçam vontades
Tentando enganar seus egos
Que no fundo são inexistentes
E olham pra si como cegos

Fingir não ver o que é visível
É um ato triste demais
Por fora pode haver o sorriso
Mas por dentro não há paz

Negar um gesto, um movimento
É ficar preso em sua liberdade
A cabeça manda e o corpo não faz
Vitória da mentira sobre a verdade

Pessoas mutilam suas mentes
E essa é a pior complicação
Evitando os beijos e os abraços
Não dando espaço pra sonhada relação



DESCONTROLE
(
R.Candeia - 2006)

Se eu perco o controle
Me controle você
Se eu grito bem alto
É só pra aparecer

Pedidos de atenção
Disfarçados de vexame
Quando o desejo me domina
Eu grito o teu nome

Sigo com meus passos
Meio sem compasso
Essa distância nos dá força
Apertando nosso laço

Penso em nossa obra-prima
E com meus sonhos reais
Pinto o nosso amor
Com a cor que você gosta mais

Você é um solo de Jazz
É minha poesia de paz
É o canto mais lindo
Que o vento me tráz



ALÉM DA IMAGINAÇÃO
(R.Candeia - 2006 )

Além da imaginação
Uma olhada pra trás
Interior na contramão
Um mal que se faz

Além da imaginação
Dúvida cruel
E cada gesto teu
Destrói um pedaço do céu

Além da imaginação
Em lugares distantes
Países de ficção
Não ao comandante !

Além da imaginação
Esconder a dor
Embaixo do lençol
Isso não é amor


OPERÁRIOS DA ESCRAVIDÃO
(
R.Candeia - 2006)

Mal tenho o que dizer diante de tanta coisa
Que acontece nesses dias tão comuns
O encanto transparece depois das dúvidas
Sobre quem somos e quem devemos ser
Escuto dentro de mim o bater dos bumbos

Em cada endereço um partido político
Em cada pessoa um estado de novidades
Nosso mundo é de mentiras e verdades
Que nascem e morrem junto com os dias
Dias em que coisas pequenas vencem

Busco em cada palavra uma arma limpa
Que eu possa usar nos sonhos mais lindos
E na realidade dura e cheia de perigo
Estou cuidando de mim como à um recém-nascido
Que acaba de ver pela primeira vez a luz

Se todas as verdades estão bem escondidas
Dentro de nossas próprias mentiras
Como posso saber se um sim pode ser não ?
Operários da escravidão com seus tetos baixos
Produzindo as letras da sua identificação


...






segunda-feira, 23 de julho de 2007

Libído; Tarde Hipnótica e Ferramenta Amolada


Boa Leitura pra todos !!


LIBIDO
(
R.Candeia - 2006)


Essa sensação que você me tráz
É mais forte do que eu
Não tenho controle sobre meu corpo
Quando estou em contato com você

Quando te vejo,quando te ouço
Imagino a gente se amando
De corpo e alma,sem parar jamais
E agora estou livre das roupas

Totalmente livres de tudo
Lindo é o que a gente sente
E o que a gente vai sentir
Depois de cada toque um no outro

A cada abraço,a cada beijo
A textura dos seus lábios
Sugando todo mel da minha saliva
Nos fazendo esquecer de tudo que existe

Vamos sentir o que sentimos
Na pele,no calor,nos meus pêlos
Na sua pele branca de seda
A gente se envolvendo

Agora eu ... ser humano
Sinto no meu corpo belas sensações
Que trazem loucas e fortes reações
Acordando meu libído




TARDE HIPNÓTICA
(
R.Candeia - 2006)


Hoje coloquei os pés no rio
Vivi momentos de paz
Numa paisagem mais linda
Que a poesia de Vinícius de Moraes

Deitei nas pedras úmidas
Me refresquei na cachoeira
Que com muita magia
Lavou minha alma inteira

E graças a natureza
Que com poder entorpece
Ouvi os sapos,cigarras e grilos
Belezas que o mundo esquece

Em cima de uma enorme pedra
Puxei pra mim a natureza
E comecei a relexar e a enxergar
Coisas impossíveis de acreditar

Ao voltar pra casa
Senti o peso da cidade
Barulhos,violências e atrocidades
E a distância do meu amor




FERRAMENTA AMOLADA
(
R.Candeia - 2006)


Fico por aí mendigando
Algum carinho na calçada
Com a mente um tanto
Que desequilibrada

Numa noite bastante biritada
Falo com as pessoas, e
Vou numa casa assombrada
Assombrada por desejos da madrugada
E agora sou eu, minha mente
E mais nada

Ferramenta amolada
Que me corta a emoção
Resgatando qualquer coisa
Menos a razão ...


...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Lançando ao Vento


Mais uma música da minha banda.

Letra: R.Candeia; Melodia: Daniel


LANÇANDO AO VENTO
(
R.Candeia / Daniel)

Vento que corta e impulsiona
A vida que gira sem parar
Andamos com tantas pernas
E nunca conseguimos chegar

Me libertaria com tanta angústia
Se eu tivesse a chave dessa cela
E pra sair deste escuro castelo
Iluminaria tudo com uma vela

Mas nem tudo que passa
Fica sempre pra trás
Coisas ruíns da vida
Que tanto mal faz

Luz forte que fecha os olhos
Nos lançando ao vento
Buscando juras eternas
E não apenas de momento

Cascata que cai sem molhar
É a mais pura imaginação
Procurando visão no que é cego
Construindo do ódio paixão

Mas nem tudo que passa
Fica sempre pra trás
Coisas ruíns da vida
Que tanto mal faz



Não musicada:

FIM DO MÊS
(
R.Candeia - 2006)


Veja as cartas na mesa
E descubra os mistérios
Escondidos no olhar
Que se perde entre a beleza

Advinhe o sentimento guardado
Que quer se aproximar de você
Repare na certeza reta do olhar
No meio dessa multidão

A sua segunda sombra
Sempre te acompanha
E te prende a força
Com piadas sem graça

O desencanto se transforma
O encanto quer aparecer
Reviva as cores do amor
Não deixe a possibilidade apodrecer



Não musicada:


PORRE DOS DEUSES
(
R.Candeia - 2005)


Agora eu vejo
Como os meus pecados
São todos engraçados
Tudo passou
Não fomos perdoados
E nem julgados
Por tanta loucura

Quero um calmante
Pra relaxar
E um laxante
Pra expelir
O que ontem eu vi
E tive que engolir

Cataclismo humano
Porre dos deuses
(E meu também)

E nesses tantos meses
Falei por tantas vezes
Frases com sentido
Que entravam e saiam
De seus ouvidos

E agora
Acho graça de tudo
Que acontece nesse mundo
(Até mesmo da gente)

terça-feira, 10 de julho de 2007



Letra mais recente ...


ESPELHO
(
R.Candeia - 2007)


Como em um espelho
E num ato narcisista
Beija seu reflexo, pois
O corpo é o mesmo

Nada é melhor que o pecado
O pecado sem culpa, e
Nessa sinuca não há perdedor
Ninguém sofre, não há dor

Somos os donos do mundo
A música, o som e tudo
Acontecem por afinidade
Nos acordes matamos tempestades

O reflexo sedutor se torna confuso
E o que eram dois vira apenas um
Nesse momento nenhuma boca fala
E tudo se cala diante da ação

Tem assuntos que se resolvem
Bem melhor com o silêncio
Porque nada é combinado
Mas tudo se combina

Somos os donos do (nosso) mundo
A música, o som e tudo
Acontecem por afinidade
Nos acordes matamos tempestades




NOSSO CAOS
(
R.Candeia - 2005)

A desgraça entra em nossas casas
Através de telejornais, pela televisão
Covardias impunes em um mundo abandonado
A paz foi expulsa, o amor foi chutado
A esperança de que dias melhores virão
Fica só na lembrança de um povo sem paixão

A humanidade tem o direito de viver
E todos se contentam em sobreviver
Porque a miséria ao redor nos come
Em pratos cheios de fome

Quando lavarmos nossas almas
Com a água mais pura
Seremos salvos num piscar de olhos
O problema maior será encontrar
Água pura nesse mundo poluído
Imagens falsas são como copos de vidro

A humanidade tem o direito de viver
E todos se contentam em sobreviver
Porque a cada passo largo que some
A honra foge a abandona o homem



FUTILIDADES
(
R.Candeia - 2003)


Prestei bem atenção e reparei
Que sou um dos campeões da futilidade
Acho até que a futilidade é a salvação
Porque tem horas que custam a passar
E a futilidade é a primeira a nos salvar

Adoro anotar minhas porcarias
Por todos os cantos da casa
Principalmente em cadernos e folhas soltas
São coisas inúteis que só eu entendo
Coisas de quem não tem o que fazer

Se não for muito incômodo
Eu gostaria de dizer que estou fascinado
Com a bela imagem que passarei a ver
Toda santa semana
O tempo mudou, parou de chover

Sou fútil nas horas vagas
Estou fascinado
É uma obra de arte viva

Hoje caiu um baita toró
Mas eu não estava só
Relâmpagos cortavam o céu
Um lindo fenômeno que às vezes dá medo
Nessas horas a Terra nos faz de brinquedo

Voltando pra casa à noite
Peguei um ônibus super lotado
Não me agüentava de cansaço
Eu parecia um carro a álcool numa manhã fria
E a chuva ainda caía

Não sei como amanhecerá o tempo
Nem mesmo sei da minha vida
Só sei que continuarei fútil
Anotando tudo o que há de inútil
Mas se precisar, me procure
Eu também sou útil

Sou fútil nas horas vagas
Estou fascinado
É uma obra de arte viva

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Horizonte


Obrigado à Jack Kerouac,cujo seu livro "Os Vagabundos Iluminados" me inspirou a fazer esta letra ...


HORIZONTE
(
R.Candeia - 2007)


Não corra pra trás do horizonte
No sentido de se esconder
Não guarde na gaveta meu retrato
Daqueles dias em que era bom me ver

Gravito leve nas tuas artes
Mas a revelação é algo pessoal
Só que o silêncio me sussurra
Me calo deixando tudo igual

Saia de trás do horizonte
E cruze todos os montes
Nem mesmo que se apaguem
Todas as velas do céu

Nessas horas me sinto tão pouco
Como um grito no vazio
E me sento com as verdades
Tentando enganá-las sempre

Nossas fraquezas são admiráveis
Como o trecho de uma música linda
Que fica à deriva esquecida
Num belo fim de tarde avermelhado

Saia de trás de horizonte
E cruze todos os montes
Nem mesmo que se apaguem
Todas as velas do céu


...

domingo, 1 de julho de 2007

Ensinamento



ENSINAMENTO
(
R.Candeia - 2007)


Dias de beijo
Dentro de um coração
Quente de fogo
Construimos paixões
Inventamos nossos jogos


Cada abraço de amor
Faz reviver com candura
O sentimento que se quebrou
E depois de tantas juras
Convivemos com torturas


O que era lindo
Se desesperou,e o mundo
Não mais encantou
Passeamos por ruas e praças
O lazer virou vizinho da desgraça


Só procuramos dias de amor
Beijos quentes e abraços apertados
Nada de nojo e desespero
E o segredo do tempero da vida
Nos ensinará a viver,querida




LUZ E SOMBRA
(
R.Candeia - 2007)


Passo por ruas e finjo
Ser invisível para as pessoas
Que vivem reluzindo medos
Expondo segredos à toa


E já não é mais certeza
Toda essa incontrolável vida
Catando sempre alucinada
Mémorias curtas e medidas

Cruzo portas e corredores
Para minha sede não transparecer
Atropelo as minhas dores
Mas não escondo a fome por você


Um sonho não precisa ensaio
Você me pede confusa,e saio
Sobrevivo a cada manhã
Cortando ruas intermináveis e sãs

Com as mãos molhadas de suor
Tateio todos os seus desejos
Porque suas berrantes cores primárias
Fecham meus olhos,e não te vejo


Cruzo portas e corredores
Para minha sede não transparecer
Atropelo as minhas dores
Mas não escondo a fome por você