sábado, 23 de janeiro de 2016

"Propagação"



Composição nº 865

PROPAGAÇÃO
(R.Candeia - 19/01/2016)

O trágico vira mágico bem assim
Em qualquer folha ou pedaço de cetim
Enfim vou propagando minha ação
A emoção é que dá o valor ao fim

E a minha onda estoura mais intensa
E eu não peço recompensa por mostrar
Que correntes também são invisíveis
Tornando irreversíveis ideias de libertar

Quem faz questão de não existir feliz
Se desespera nos portões do paraíso
Cruzando de cara oceanos sofridos
Se perdendo nos porões do improviso

No chuveiro me cobro em silêncio
No frio me cubro, sendo agora por inteiro
E no calor que sobe dos meus objetivos
O gosto ativo do sonho praticado é verdadeiro

A minha herança já nasceu comigo
Nossa desconfiança é só pra normalizar
E nenhuma fiança paga tira toda crueldade
De tanta santidade que só sabe rezar

Quem faz questão de não existir feliz
Se desespera nos porões do paraíso
Cruzando de cara oceanos sofridos
Se perdendo nos portões do improviso

"Emergir"



Composição nº 864

          EMERGIR
(R.Candeia - 14/01/2016)

Diminuo para pequenas as doses de excesso
Nenhum retrocesso é tão pouco pras mentes
Que enganam livremente os pensamentos
Nos livramentos que se ajoelham de tementes

Nessa seção vou cevar como posso o eu
E nada decoroso vai me contaminar
Não vou empossar ao que não tenho
Por isso que não venho insipiente trafegar

E na fatigada antissanta paciência
Nem a ciência ateia deixa de rezar
O pesar é o largado regime num covarde
Crime amador de distorcer o que é orar

Ratifico esse pleito de peito aberto
Emitindo e descriminando o que sempre fiz
Mas eu quis essa interseção como episódio
Nesse pódio dou esperança ao eu matriz

"Alvo Cotidiano"


Composição nº 863


        ALVO COTIDIANO
     (R.Candeia - 29/12/2015)

Me preocupo com os porta-vozes desse tempo
Qualquer notícia é repassada com afinco
Então fincam os olhos pulsando ódio
Numa falácia imediata com sanha regurgitada

E quando eu abro com medo a porta
Me deparo com idiotas pregando a missa dos tiros
No morro ou no asfalto quente, tanta gente
Sem camisa ou de farda, calor só o da arma

Se a cusparada em ti é o cotidiano
Nem por baixo dos panos haverão beijos, confesso
E o teu desejo será aquilo que te detesta
E na tua testa escreverão ordem e progresso

Tenho as minhas provas guardadas
E nas falas gravadas sem argumentação
O mundo todo fica são e salvo, por que
Ameaças erram o alvo pela fraca locução

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

"Ponto Cego"



Composição nº 862

PONTO CEGO
(R.Candeia - 21/12/2015)

Portão aberto e o vento no rosto
E o gosto pela vida vivo
Então eu deixo de crer no ruim
Porque no fim se inventam motivos

E o tiro insano de misericórdia
É a discórdia da miséria interior
No terror hipócrita de quem é fraco
É um prato vazio cheio de rancor

Providencie sim, uma cara de verdade
Porque a vaidade barata é o sufoco
Que geme rouco numa cabeça dura
Que tortura sem fazer sentir o louco

E o garotinho com sua faixa branca
De uma forma branda tenta ajudar
E a fazer germinar no pinel esperança
Durante essa dança não se pode sentar

E esse orgulho é um mergulho interno
Dentro de uma enfermidade mental
Que de vingança em vingança vai alimentando
Mostrando ainda mais o que é capital