sábado, 25 de agosto de 2018

"Leitura"


 Composição nº 1004


LEITURA
(R.Candeia - 25/08/2018)

Ansiedade jogada no lixo
Esperando o que os dias possam dar
Tendo que quebrar paradigmas
Nadando em rimas pra não se afogar

Exalando o cheiro da ideia
Dando sempre forma a energia
Numa escultura etrusca
Onde toda busca não emergencia

No olhar o degradê em mel
Mas no pensamento o fel que reduz a pressa
E nessa tempestade bela
O claro feito vela ao vivo se expressa

E quando o fim da noite cai
Tudo loucamente vai pro seu lado
Corpos e mentes guardam tudo pra si
E a esperança de ter o urso hibernado

                      

domingo, 5 de agosto de 2018

"Ninguém Está a Salvo"



Composição n° 1003

NINGUÉM ESTÁ A SALVO
(R.Candeia - 05/08/2018)

Ninguém está a salvo
Esquinas se cruzam como olhares
Enganando radares com loucas surpresas
E viramos presas bem peculiares

Ninguém está a salvo
Somos o alvo a esmo desfilando
E destilando momentos de vida
Olhando aquela ferida fechando

Ninguém está a salvo
No cigarro fumado os estilhaços
Daquela vidraça antiga que não reflete mais
E que refaz os meus passos

Ninguém está a salvo
Estigmas devem ser derrotados
O mundo armado nos afronta
Numa pronta jogada de dados

Ninguém está a salvo
Olhares não tristes e compenetrados
Mundos exilados pelo seu redor
Ignorando o odor do que já fui perfumado

"Prelúdio"


Composição n° 1002

PRELÚDIO
(R.Candeia - 02/08/2018)

Não posso ter medo do escuro
Se até o obscuro me fascina
Nessa chacina das coisas ruins
Não existem fins em tantas sinas

Na chuva que preenche meu copo
Numa noite fria de pura reflexão
A mente não pode assassinar o alvitre
Nesse ventre livre de inspiração

Tento abrir a porta emperrada
Que se trava até pra toda luz entrar
Onde se passa no máximo um feiche
A fobia de ser adorno atrapalha de voar

Poesias cuspidas pelo ar
Poetas vivendo seus próprios temas
A epidemia deve ser a mania de pensar
E não buscar romantizar problemas

E no olho do furacão mental
Que devasta a ideia de conformismo
Se vê todo o niilismo se esvaindo
Traindo a si mesmo com lirismo