sábado, 23 de novembro de 2013

"Teatro Real"




Agora para vocês, uma das antigas!!



TEATRO REAL
(R.Candeia - 11/10/2006)

Visito terras distantes demais
Tendo meu amor como guia
Quero acordar e provocar um motim
Por fora e por dentro de mim

Cada palavra ou olhar seu
Me deixa em eterno parafuso
Tudo para e fico alento
Embolando o que já é confuso

Olho nos seus olhos
E vejo tudo brilhar
O que tiver de ser, vai ser
O que não tiver, também será

Sou bastante ávido
E meus desejos vão bem além
Da última gota do dia
Amasso e jogo fora toda a aporia

Todo dia é dia de ser
E algo me fez roubar o seu retrato
Se pra você tudo isso for uma peça
Faço da minha vida nosso belo teatro

                  

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Abastecimento"




ABASTECIMENTO
(R.Candeia - 14/11/2013)

Cada sorriso vale um dia de sol
O sal é o primordial para existir
Mas o existir só vale se o ser ser
Porque não sendo, a viagem é perdida

E não podemos desperdiçar antes da ida
Ser está cada vez mais raro por aqui
O mundo torna caro o que é barato
E a boa revolução ainda vai sair

Confio nos dias que parecem não acabar
O propósito da vida é sem querer
E o sorriso não é um só riso
Vamos parar para nos abastecer

Encho meu peito de esperança e fumaça
A minha pirraça é discordar de mim
Por isso duvido das minhas dúvidas
Mistérios são debocháveis e não acabam assim

"Imperfeição"



IMPERFEIÇÃO
(R.Candeia - 14/11/2013)

Qual será a coisa mais linda
Que existe nesta estranha vida?
Vivemos sob a lua e sol
Dizem que eles mexem com a gente

Somos agentes secretos de nós mesmos
Não nos conhecemos em ocasiões
O mundo gira em torno de si com seu ego
E joga sobre nós as decisões

Tornando tudo mais difícil com facilidade
E nossa piedade termina no primeiro copo
Um troço diferente que não se entende
Nem lá pelas quatro da madrugada

Me diga ao que você veio a florescer
É o complexo reflexo diante do espelho
Distorção em conselho dos que não tem o que falar
É a resposta não dada, a imperfeição ama criticar

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"Status Banal"





     STATUS BANAL
  (R.Candeia - 10/10/2013)  

Pessoas se rebaixam por completas
Se futilizam e deixam de viver
Em busca de status e bem-estar
E não percebem que isso é ser lixo

Abdicam de amizades e experiências
E se trancam em suas lindas jaulas
Sem opinião e vontade própria
Que são vendidos por migalhas de luxo

São seres inúteis, excrementos ambulantes
Sem alma, sem vida, mas com aparência
Suas demências superam o que há de menor
E suas medíocredades derrubam qualidades

Sem conteúdo algum, cérebro derretido
Nenhum atrativo que se leve pra sempre
Só o engano de achar que se vive de verdade
E a idiotice como guia por toda eternidade

         

"Simples Demais"






  SIMPLES DEMAIS
(R.Candeia - 25/09/2013)

Não gosto do pouco
Acho o pouco muito pouco
Mas se ele lhe fizer bem
Mergulhe nele e se satisfaça

Ninguém ajuda assim de graça
É a lei do egoísmo na veia
Prefiro o frescor a frescura
E a sua cura é a minha teia

Eu gosto é do lixo
O luxo é consequência
Suas palavras bonitas
Não geram nenhuma frequência

Fico alto e enxergo além
Ouço o uivo das pessoas na esquinas
Seres impensantes e tristes
Com valores pobres mortos em chacinas

No meu altar mais sagrado, eu vomito
No silêncio mais chato, eu grito
Nada me atrasa, a vida eu sobrepus
E pros chatos, vamos parar de falar de cruz

               

"Covardia"






COVARDIA
(R.Candeia - 06/12/2012)
 
Jogos baixos para prender
E desculpas de quem não soube perder
É ver a incapacidade renascer
No jardim onde talvez nada mais vá nascer

A pior das covardias
Não machuca fisicamente
Agride, destrói e corrói
O que não está em nossa frente

O humano transborda insegurança
Só que uns conseguem disfarçar
Levantando o escudo de confiança
Procurando apenas quem não consegue mascarar

A covardia está aí todos os dias
Até mesmo nas frases vazias
Que são escritas de forma tão linda
Nos muros das mentes baldias

                 

"Circo"




CIRCO
(R.Candeia - 18/11/2012)

Reparo a injustiça nos olhos da riqueza
Comida farta apodrecendo pela mesa
A tristeza está nos olhos de quem vê
A realidade é mais dura do que passa na TV

O governo cospe, ri, escarra em nossa cara
E o pior é que não fazemos nada
Tiramos as balas da nossa maior arma
Que é o voto, lá no dia da eleição

O tempo rasga, vai e passa
E com nossa cara eles fazem a maior graça
Estamos expostos pelados pela praça
Servindo, pra quem pode, de atração

E a pobreza que é tratada com tanto preconceito
Principalmente pelo carinha que é eleito
Sempre perde o trem na lotada estação
Quebrando tudo e sofrendo humilhação

A pimenta é usada de tempero para os olhos
De quem tenta com esperança uma mudança
E o que era doce, agora é de borracha
É essa bala que voa em nossa direção

                   

"À Toa"





À TOA  
(R.Candeia - 17/11/2012)

Abro uma gelada cerveja
Para não ver o tempo passar
Acendo um cigarro pra me acalmar
E não importa quem me veja

Só quero tarde e noite tranquilas
Só vou de gelada, não quero tequila
Fazendo de tudo pra esquecer do mundo
Descomplicando qualquer problema

Hoje não quero ver o tempo passar
Quero ver pessoas novas
Sentar no bar com os amigos
Sorrir e ficar à toa

O dia é lindo, mas a noite mostra verdades
Pessoas de todas as cores, sexos e idades
Falar com bêbados, prostitutas e travecos
Aprendendo a viver, de boteco em boteco

E saber que o amor existe mesmo
Guardado em algum lugar
No coração, no fígado, no órgão genital
Isso é genial, porque qualquer um pode amar

          


"É Assim"





É ASSIM
(R.Candeia - 13/11/2012)
 
Não sou um objeto pra pertencer
Sou um humano pra ser
Mas sem contrato assinado
Odeio padrões e juramentos, juro

Não me procuro buscando o nada
Mas também não me fascino com o tudo
Esse mundo não é nosso
Nós não o temos, ele nos tem

É o nosso direito, temos que usar e ousar
Ninguém saberá o que é ser feliz
Se não tiver a coragem de arriscar
Ousar, usar, tocar e entrar

Cada um tem a sua maneira de amar
E saber o que é amar, e quando amar
Porque o amor mesmo não é o dos contos-de-fadas
Um belo livro que se dissolve no tempo e na água

E digo, deixo a pessoa ir embora à vontade
Permitindo que ela volte sempre
Eu não ligo porque é assim que funciona
O único conto que existe, o conto-de-pessoas

          

"Jogo Banal"





JOGO BANAL
(R.Candeia - 06/11/2012)

Olhares cada vez mais curtos  
Pensamentos cada vez mais raros  
Ideias em total escassez  
Sentimentos em extinção   

O jogo velho e banal  
De sempre querer ter na mão  
Ainda é jogado pelos inseguros  
Que não se garantem nem em cima do muro   

Palavras cada vez sem sentidos  
Peito cada vez mais vazio  
E a luta pra ser aceito  
Em um mundo totalmente frio   

Mais ainda tenho calor  
Não gosto de jogos sem sabor  
Pra mim é tudo no aqui e agora  
Pra próxima tentativa, ainda é a hora



          

"Protagonistas"





PROTAGONISTAS
(R.Candeia - 05/11/2012)

Analiso tudo de minha janela e vejo
Pessoas presas a falsos donos
Com suas coleiras inimagináveis
Buscando conforto no perigo

É como se a decepção servisse de abrigo
É estar lado a lado com o atraente inimigo
O mundo anda mesmo doente
E as pessoas crentes que isso é felicidade

Ando por muitos cantos da cidade
E reparo cada atitude no breu
Vaidades são maiores que o “eu”
Que some no meio de tanta banalidade

Pessoas procuram tanto e não acham
E suas caras de fome se racham
É uma tristeza tão engraçada
São protagonistas de suas próprias piadas



                

"Forte Troca"






FORTE TROCA
(R.Candeia - 05/11/2012)

O tempo escureceu meu bem
E já não são mais as mesmas feridas
Nem mesmo são as mesmas vidas
Que um dia a gente já viveu

O olhar já trocou de direção
São assim que as coisas funcionam
Olhares curtos se enganam
Relembrando sensações

E tudo muda de novo
E eu, mudo pra você
Fico sem falar nada
Nenhum fio de voz a tecer

Porque as coisas são assim
A vontade se guarda pela defesa
E tudo que se come com satisfação
É de imediato retirado da mesa

               

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"Linha Imaginária"



LINHA IMAGINÁRIA
(
R.Candeia - 11/11/2013)

Não me venha com lágrimas de desespero
E nem com suas ideias pessimistas
Que só nos faz ficar pra baixo sempre
Pra mim já basta a gravidade agindo

O mau das pessoas é estar sempre fugindo
E abandonando suas forças na beira da estrada
Se é pra se entregar, por favor, nem lute
Pra nos pôr em luto, tem mil coisas, é cilada

Temos pernas para andar, braços pra apoiar
E a mente, que deverás ter o dom de pensar
Somos prisioneiros de nossa liberdade
Em um mundo que de nós, não tem piedade

Então vire cada esquina com desejo
Acorde, pois a derrota começa com o bocejo
E não estamos nesta vida pra isso, é o mundo cão
Linha imaginária que separa o inferno e o paraíso

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

"Retardo Moral"





RETARDO MORAL
(R.Candeia - 26/07/2013)

Estou me protegendo da falsidade do mundo
Meu escudo é um vinho bem barato
Que me transforma numa espécie de super-homem
Dou vôos bem altos e conquisto o maior dos meus sentidos
(A sobriedade plena que não se acha no dia a dia)

As pessoas mais burras não suportam opiniões diferentes
Simplesmente porque não são capazes de forma alguma
De encontrar argumentos em suas mentes vazias
Como uma pia depois que a água desce

Os imbecis reclamam da suposta desgraça alheia
Mas não conseguem ver a desgraça que são
Com suas palavras sempre medíocres
E nunca olham para seus umbigos

Porque os mesmos são sujos e maltratados por eles mesmos
Ser totalmente sério é a maior palhaçada do mundo
Alguém pode me dizer o segredo de tanta hipocrisia
Vamos ignorar ao próximo e falar coisas belas do Papa

A realidade é da falsidade
A toscaria se confunde com inteligência
Para os que são retardados de espírito
Que não tem nada de santo

                  

"Educação Espancada"





EDUCAÇÃO ESPANCADA
  (R.Candeia - 10/10/2013)

Professores são tão espancados
Quanto a educação é pelo estado
E toda essa falta de instrução
É pra política, o futuro da nação

Nação que fica largada à deriva
Num mar sem rima e de injustiça
Com tanta esmola ridícula que enfeitiça
Quem se desespera antes de pensar

O ar está abafado
Só há sangue no cantil
O diálogo de hoje
É a ponta de um fuzil

O Brasil virou um campo minado
Bomba pros professores, ouro aos opressores
Que largam seus fantoches de guarda
Deixando sangrada o que deveria ser sagrada

Votem no prefeito “bonzinho”
Não tem educação, mas tem lanchinho
E não liguem se não tiver professor
Pois seu filho ganhou lápis, borracha e apontador

         

sábado, 2 de novembro de 2013

"Motivo"






MOTIVO
(R.Candeia - 02/08/2012)

Eu não estendo em meu ser
Toda essa nova crença
A diferença é que eu entendo
Que o normal é um porre de vinho
Todos com a mesma cartilha
Gosto e opinião
Rendidos pela ausência da coragem
Ou uma total falta de percepção
Somente ter vontade
Não é o suficiente para abrir caminhos
Para essa droga de sociedade
Sonhar com a justiça não vale nada
Se as ações são postiças
Durmo sabendo que o acordar cedo é duro
É dar de cara num muro
Feito de um falso respeito
Cadê o ar de meu peito?
Acho que se esgotou aos poucos
Junto com toda a noção da nação
Que usa a loção da mais cara
Em busca de um status patético
Usando o que não tem
Pra não comprar o genérico
Achando isso um ato superior
Que nada mais é na verdade
Do que suportar uma dor
Que sempre é disfarçada
Nos goles do fortíssimo ice
Consumidos no out back
Ai se eu tivesse neste instante
Um...
Um motivo pra relaxar

      

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"Da Varanda"





DA VARANDA  
(R.Candeia - 12/10/2013)
 
Acordo ainda bêbado de ontem  
Pego meu cigarro e esquento café
E da varanda vejo o dia se mover  
São tantas coisas belas que temos de viver
 
Erro constantemente com perfeição
Não podemos perder e nem esquecer o tempo
Ele é nosso templo da realidade e imaginação  
E na verdade dura uma fração
 
Nesse mundo sem lógicas tememos
O que queremos é sempre maior do que temos
É o tema da vida, uma frase não compreendida  
Como explicar o que não vemos ou lemos?
 
Tomamos o leme e atropelamos ondas
Invadindo qualquer mar sem bússola
Não tomamos conhecimento de nada
E o que eu mais amo, se encontra deitada
 
Já que essa vida é curta  
Então tenha uma curta felicidade
E não uma curta monotonia
Não jogue fora um segundo de seu dia



        

"Livro Aberto"






LIVRO ABERTO
(R.Candeia - 02/11/2012)

Quando eu começo mesmo
É bem difícil eu parar
Levo isso também, bem forte
Por toda a minha vida

Tentam me ensinar a viver
Como professores de plantão
Até tento entender, juro
Mas minha sanidade não deixa

Saio sempre de cima do muro
E o mundo não suporta isso
Abro meu livro e leio a história
E os "certos" acham uma escória

A "moral" fala mais alto
Mas a imoralidade é sacana
A primeira manda o sermão
E a segunda explica na cama

Por isso que opiniões são falhas
Então não dou a mínima
Eu sei o que passo e faço
Não suporto migalhas e bagaços


"Mímicas"




MÍMICAS
(
R.Candeia - 28/06/2013)
 

Olho pela janela procurando a distração 
E vejo que as pessoas são tão banais 
Com suas manias de perfeição 
E suas poses sem sais e minerais  

Desfilando pelas ruas com suas idiotices 
Não podendo enxergar suas incríveis 
Modernas e batidas breguices 
Não há gestos, há mímicas de babaquice 

Que seduzem apenas ao não oposto 
É aquela história de que cada um 
Sempre tem seu gosto 
(Mesmo que seja de merda)

"Fronteira"





FRONTEIRA 
(R.Candeia - 10/04/2012)

Às vezes não me reconheço 

E quando isso acontece 
Morro de medo de mim mesmo 
Numa fronteira que separa eu de mim 

E numa convulsão de pensamentos 
Metralho com raiva ressentimentos 
Fazendo do momento um derrame 
Que me consome contra o vento 
Que me vira tormento e trás insônia

Organizando cerimônia de idéias ruins 

Ou num sono pesado de pesadelos 
Que mesmo dormindo arrepia meus pelos 
Tem coisas que prendo e me arrependo

Há coisas que solto e me revolto, mas 

Não há nada melhor que se olhar no espelho 
E fazer da própria consciência um conselho 
(Mesmo que seja um conselho ruim)  
Pois a nossa própria consciência 
É o melhor conselho que podemos ter 
Porque não é comprada e nem vendida 
É o ponto de partida pra evolução do ser














"Ainda É Hora"



            



AINDA É HORA 
(R.Candeia - 24/03/2012)

Cigarro na mão, copo cheio na mesa 
Cerveja, loira gostosa boa pra brindar 
Emoções a flor da pele, ah, na pele 
Na pele vem o arrepio difícil de explicar  

A privação é daqueles de sonhos falsos 
Carteira sempre cheia e coração vazio 
No fundo é aquele frio que pode matar 
É como a quarentena da tristeza no olhar  

Não esqueça, o futuro é daqui há um segundo 
Faça planos pra agora que ainda é hora 
E não aja como um frágil cordeiro 
Pra depois não se trancar e chorar no banheiro  

Imagens tão bonitas na verde idade 
A verdade é sempre dita até na mentira 
E nenhum homem tira alguém pra dançar 
Sem aquele desejo carnal de conquistar  

Meu cigarro acabou, tudo está fechado 
O garçom me expulsa exaustado 
Pois a noite é o seu quartel 
Não sou coronel, mas no sistema ele é soldado  

Não esqueça, o futuro é daqui há um segundo 
Faça planos pra agora que ainda é hora 
E não aja como um frágil cordeiro 
Pra depois não se trancar e chorar no banheiro






"Um Dia Quem Sabe"



 


UM DIA QUEM SABE 
(R.Candeia - 23/03/2012)
 
Um dia quem sabe 
Ou uma noite também 
No balanço da vida 
Ninguém sabe o que vem

Tudo parado na vida que corre 
O corpo cansado que não morre 
Me desminto em cada porre 
Num espetáculo sem fim

Em cada tentáculo me embolo 
Nas histórias inventadas me enrolo 
Tudo que eu preciso é de um solo 
Que vibra tímpanos e faz viver

Tudo é muito mais do que parece 
De momentos felizes todos carecem 
Dos poucos que surgem ninguém esquece 
Faço então da risada a minha prece












"Declaração"





DECLARAÇÃO 
(R.Candeia - 16/03/2012)
 

Somos seduções perdidas 
Olhares quentes indiretos 
Mas amamos uma intriga 
Como passagens de volta, sem ida

Não morro de overdose, e sim de tédio 

E não há remédio que resolva 
A sombra nova não é conhecida 
Nada é tão certo como o errado nessa vida

Seja um coração pulsante 

Mesmo que errante 
E não apenas um enfeite 
Empoeirado na estante

Palavras pesadas podem ser de quem ama 

Como declarações podem ser falsidades 
A piedade sempre vem de quem humilha 
É a humildade espirrada da autoridade

A sedução nem sempre é pensada 

É vivida no olhar de suspense 
Mas não pense ser impossível 
É como a covardia de quem se sente


"Descrição"



  



 
 
DESCRIÇÃO 
(R.Candeia - 06/01/2012)

A tempestade forte se aproxima
Olhos brilhantes por trás da neblina
E o cheiro de terra molhada que sobe
Tornando a natureza tão esnobe

Quero tomar banho de chuva
Quero por repleto me encharcar
Me livrar de algum mal que me rodeia
O que não clareia não precisa me apagar

Só quero fontes de energia com magia
Pois o dia nasce sem a noite engravidar
E a noite é o simples envelhecer do dia
Onde o proibido vive, fazendo tudo melhorar

Quero poder viver o suficiente para contar
Histórias lindas, tristes, santas e profanas
Sem me preocupar o que acharão de mim
Porque o fim é muito diferente pra quem ama

"Ideia"



    

      

           IDEIA
    (R.Candeia - 23/12/2011)

Não quero e não posso jamais
Deixar meu espírito morrer
Porque quando o espírito morre
O corpo e a vida começam a apodrecer

Encontro em mim qualquer pique seja
E mesmo que seja bem pequenino
Ele sempre deverá existir pulsando
Como um coração que começa a amar

Converso com o espelho sempre que dá
E digo que ele nunca irá me assustar
Sei que com o tempo vou enrugar
Mas tudo da alegria pretendo sugar

Só perco mesmo o fim de semana
Quando me perco no tempo bem louco
Mas bem menos louco do que certos fiéis
Que entendem que o vazio não é pouco

E assim cada um leva a sua vida
Uns associando felicidade com inferno
Acho até que o inferno possa ser legal
Principalmente no inverno ...

               




"Percepção"




PERCEPÇÃO
(R.Candeia - 02/12/2011)

O que tem que ser já é
Olhares claros e diretos
Com sorrisos de menina
No mapa, viver é a mina

O tempo só para mesmo
Em fotografias
Ou em solos fortes como o sol
Que aquecem a melodia

E no tempo frio evito drama
Me escondo quente na cama
Esperando o corpo suar
Pra depois me levantar renovado

Os pedidos mais sentidos
São aqueles não ouvidos
Só basta o corpo perceber
A mente dar ok e tudo acontecer

Mais um fumo termina
E repito que viver é a mina
A vontade de ser mais contamina
Só não posso enlouquecer