DÍZIMO CAMINHO (R.Candeia - Set/2010)Momento íntimo oferecido pela natureza Que tanto amamos e gostamos sempre Da acendida até o último sinal de vida Que bate como um coração apaixonado Que faz o entra e sai ter textura de pluma E a igreja em si morre de inveja bíblica Pois credenciamos a vida no melhor sentido É que ela é a nossa validade material Um lindo lago embaixo da cama Uma corrida parado com muito suor Risadas e luzes fortes nas paredes A realidade dormindo em sua rede O mal não está no fazer e sim no deixar Deixar-se ser guiado por um dízimo caminho A caretice não ergue ninguém no mundo Ela apenas joga pra cima e sai de mansinho
SOM DA LÍNGUA(R.Candeia - Set/2010)Não minta pra si mesmo em segredoEssa é a raiz de todo o seu medoE não teime em ficar ranzinzaPois depois de cada trago no cigarroÉ normal o escarro ter gosto de cinzaCuspa somente em direção do ventoSenão você se auto-humilharáAbra então um bom livro do NerudaE sinta como não percebemos o cotidianoE que sai e entra ano e nada mudaAme de verdade até o último sentidoÉ diferente da pior dor que você já tenha tidoE não exponha pra qualquer um a sua fraquezaÉ como dar dicas cruciais para um inimigoEntão pegue uma gelada e sente-se na mesaA vida está aí pra gente poder pensarNão se engane com o gosto doce na línguaJá dizia Cecília: “não sei se fico ou passo”E como um dia sei que me calarei, eu digoQue as sinceras poesias têm palavras de aço
VOLTE LOGO(R.Candeia - 18-Set/2010)Mesmo antes de você viajarA saudade já começa a interferirPenso nos passos que darei sem parE no quanto que pertenço a tiO porre não terá o mesmo efeitoA cama ficará muito maiorPorque penso no teu rosto perfeitoE sei que logo acabará o piorE eu bancando o poeta meninoVocê subindo no ônibus lindaPorque só, não tenho seus mimosQue nomeiam o que se chama vidaEntão vá, em sua bela viagem culturalE boa sorte meu pedacinho de universoMas volte logo pro teu Rei do cachaçalQue te espera só, fazendo de tudo um verso
FOLHA SOLTA
(R.Candeia - Agosto/2010)
Encontre em sua tristeza a esperança
Como criança pobre numa loja de brinquedos
Com aqueles olhos que brilham com força
Esquecendo por vez o que é o medo
Uma aula importante e demorada
Que te ensina a viver nos movimentos
A atenção precisa ser a maior arma
Lembre-se da folha que não sabe o que é vento
Pense em tudo que é prazer pra você
Em apenas alguns eternos segundos
Abra os braços e feche os olhos agora
Imaginando e abraçando o seu mundo
Nunca diga que não sabe pra que veio
Seja feliz e não fuja da bendita contramão
Chame pra brincar o teu lado mais sozinho
E não pule amarelinha, pule a depressão