quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Dízimo Caminho"


DÍZIMO CAMINHO
(R.Candeia - Set/2010)

Momento íntimo oferecido pela natureza
Que tanto amamos e gostamos sempre
Da acendida até o último sinal de vida
Que bate como um coração apaixonado

Que faz o entra e sai ter textura de pluma
E a igreja em si morre de inveja bíblica
Pois credenciamos a vida no melhor sentido
É que ela é a nossa validade material

Um lindo lago embaixo da cama
Uma corrida parado com muito suor
Risadas e luzes fortes nas paredes
A realidade dormindo em sua rede

O mal não está no fazer e sim no deixar
Deixar-se ser guiado por um dízimo caminho
A caretice não ergue ninguém no mundo
Ela apenas joga pra cima e sai de mansinho

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Som da Língua"




SOM DA LÍNGUA
(R.Candeia - Set/2010)

Não minta pra si mesmo em segredo
Essa é a raiz de todo o seu medo
E não teime em ficar ranzinza
Pois depois de cada trago no cigarro
É normal o escarro ter gosto de cinza

Cuspa somente em direção do vento
Senão você se auto-humilhará
Abra então um bom livro do Neruda
E sinta como não percebemos o cotidiano
E que sai e entra ano e nada muda

Ame de verdade até o último sentido
É diferente da pior dor que você já tenha tido
E não exponha pra qualquer um a sua fraqueza
É como dar dicas cruciais para um inimigo
Então pegue uma gelada e sente-se na mesa

A vida está aí pra gente poder pensar
Não se engane com o gosto doce na língua
Já dizia Cecília: “não sei se fico ou passo”
E como um dia sei que me calarei, eu digo
Que as sinceras poesias têm palavras de aço

sábado, 18 de setembro de 2010


VOLTE LOGO
(R.Candeia - 18-Set/2010)

Mesmo antes de você viajar
A saudade já começa a interferir
Penso nos passos que darei sem par
E no quanto que pertenço a ti

O porre não terá o mesmo efeito
A cama ficará muito maior
Porque penso no teu rosto perfeito
E sei que logo acabará o pior

E eu bancando o poeta menino
Você subindo no ônibus linda
Porque só, não tenho seus mimos
Que nomeiam o que se chama vida

Então vá, em sua bela viagem cultural
E boa sorte meu pedacinho de universo
Mas volte logo pro teu Rei do cachaçal
Que te espera só, fazendo de tudo um verso

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Folha Solta"




FOLHA SOLTA
(
R.Candeia - Agosto/2010)

Encontre em sua tristeza a esperança
Como criança pobre numa loja de brinquedos
Com aqueles olhos que brilham com força
Esquecendo por vez o que é o medo

Uma aula importante e demorada
Que te ensina a viver nos movimentos
A atenção precisa ser a maior arma
Lembre-se da folha que não sabe o que é vento

Pense em tudo que é prazer pra você
Em apenas alguns eternos segundos
Abra os braços e feche os olhos agora
Imaginando e abraçando o seu mundo

Nunca diga que não sabe pra que veio
Seja feliz e não fuja da bendita contramão
Chame pra brincar o teu lado mais sozinho
E não pule amarelinha, pule a depressão