quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

" "Evolução" "






"EVOLUÇÃO"
(R.Candeia - 25/02/2014)

Me impressiono bastante com a evolução
A evolução da regressão humana
Onde se dá valor à falta de valores
Dores não percebidas na não percepção

E toda e qualquer ação gera a reação
Mas somente em quem pode perceber
E o mundo vem a receber um banho de lama
Que bloqueia e derrama a boa informação

Me sinto um alienígena perdido
Num mundo onde o pensamento é duvidoso
E fico curioso quando eu mesmo me pergunto:
Quando e por quê chegamos nisso

A verdade é que está bem difícil
Mas acho que sempre foi assim
Deve até ter piorado um bocado
E penso, será que isso terá fim?

"Vitrine"

       

       VITRINE
(R.Candeia - 25/02/2014)

Estou sem paciência pra tudo
Por isso que bebo e escrevo poemas
Nem que só minha pessoa mesma as leia
Vejo todos como areia solta num furacão

Treino agora meu coração acelerado
Que só bombeia por quem merece
Faço do boteco o meu culto, minha missa
Onde cada brinde é a minha prece

Não cultive por dentro um vácuo
Arrume direito sua vitrine
Apareça sim, mas por coisas boas
E não pelo vazio que o mundo imprime

Quando o coração por algum para
Vemos que tudo isso não é nada
Nossas vidas são inúteis peças no infinito
Invisível a olho nu e um não escutado grito


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

"Palavras Sinceras"





PALAVRAS SINCERAS
(R.Candeia - 20/02/2014)

Amanhã é dia de bar com os amigos e quero beber bastante
É que neste instante me sinto um desejo apertado
De um lado que a luz mau pode tocar sem ferir
Eu só quero sorrir dos erros que eu cometi

E quando o dia nascer ainda não estarei dormindo
E tudo de bom que vem vindo eu abraçarei
Sou o rei, pelo menos aqui dentro de mim
Sem início e fim que tornam tudo tão previsível

Pode olhar que é bem visível na minha cara
Essa tara por não querer estar sozinho
Por isso quando caminho chamo todos
E mesmo loucos sabemos quem somos

E loucos uma hora vamos adormecer
Mesmo depois de tudo amanhecer
Nossas misturas sempre são sagradas
Nem flor e nem granada, apenas palavras

"Punidos"



PUNIDOS
(R.Candeia - 13/02/2014)

Violência, sangue, vingança e dor
Pessoas amarram outras em postes
O tiro rola solto à queima roupa
Num mundo triste com ideal boçal

A TV manipulando toda a população
Do rico ao mendigo, do padre ao pastor
E pessoas de olhos fechados pra tudo
Achando bonito o sangue em suas mãos

O sangue na mão é o alívio dos brutos
Mas o sangue no peito não é pra ninguém
Polícia que mata cruelmente sem preparo
É a imagem que se reflete no povo

Se a nossa segurança nos fere
Vamos esperar mais o quê? Mais do quê?
Ônibus incendiados, cérebros derretidos
Crimes punidos são os que não foram cometidos

Ninguém na verdade sabe o que diz
O povo fica contra o povo, invertem-se os bandidos
Como se encontrar nesse mundo
Se o próprio mundo está perdido?