terça-feira, 10 de julho de 2007



Letra mais recente ...


ESPELHO
(
R.Candeia - 2007)


Como em um espelho
E num ato narcisista
Beija seu reflexo, pois
O corpo é o mesmo

Nada é melhor que o pecado
O pecado sem culpa, e
Nessa sinuca não há perdedor
Ninguém sofre, não há dor

Somos os donos do mundo
A música, o som e tudo
Acontecem por afinidade
Nos acordes matamos tempestades

O reflexo sedutor se torna confuso
E o que eram dois vira apenas um
Nesse momento nenhuma boca fala
E tudo se cala diante da ação

Tem assuntos que se resolvem
Bem melhor com o silêncio
Porque nada é combinado
Mas tudo se combina

Somos os donos do (nosso) mundo
A música, o som e tudo
Acontecem por afinidade
Nos acordes matamos tempestades




NOSSO CAOS
(
R.Candeia - 2005)

A desgraça entra em nossas casas
Através de telejornais, pela televisão
Covardias impunes em um mundo abandonado
A paz foi expulsa, o amor foi chutado
A esperança de que dias melhores virão
Fica só na lembrança de um povo sem paixão

A humanidade tem o direito de viver
E todos se contentam em sobreviver
Porque a miséria ao redor nos come
Em pratos cheios de fome

Quando lavarmos nossas almas
Com a água mais pura
Seremos salvos num piscar de olhos
O problema maior será encontrar
Água pura nesse mundo poluído
Imagens falsas são como copos de vidro

A humanidade tem o direito de viver
E todos se contentam em sobreviver
Porque a cada passo largo que some
A honra foge a abandona o homem



FUTILIDADES
(
R.Candeia - 2003)


Prestei bem atenção e reparei
Que sou um dos campeões da futilidade
Acho até que a futilidade é a salvação
Porque tem horas que custam a passar
E a futilidade é a primeira a nos salvar

Adoro anotar minhas porcarias
Por todos os cantos da casa
Principalmente em cadernos e folhas soltas
São coisas inúteis que só eu entendo
Coisas de quem não tem o que fazer

Se não for muito incômodo
Eu gostaria de dizer que estou fascinado
Com a bela imagem que passarei a ver
Toda santa semana
O tempo mudou, parou de chover

Sou fútil nas horas vagas
Estou fascinado
É uma obra de arte viva

Hoje caiu um baita toró
Mas eu não estava só
Relâmpagos cortavam o céu
Um lindo fenômeno que às vezes dá medo
Nessas horas a Terra nos faz de brinquedo

Voltando pra casa à noite
Peguei um ônibus super lotado
Não me agüentava de cansaço
Eu parecia um carro a álcool numa manhã fria
E a chuva ainda caía

Não sei como amanhecerá o tempo
Nem mesmo sei da minha vida
Só sei que continuarei fútil
Anotando tudo o que há de inútil
Mas se precisar, me procure
Eu também sou útil

Sou fútil nas horas vagas
Estou fascinado
É uma obra de arte viva

Um comentário:

_Rafaella Garcia disse...

"Porque nada é combinado
Mas tudo se combina"