Composição n° 981
POEMA NÃO ACABADO
(R.Candeia - 10/10/2017)
E o dia-a-dia arrepia epidermes
Por tantos vermes soltos e falantes
Atacando nos instantes de distração
Numa medievalização preocupante
Ter onde se agarrar não é proibir
E nem coagir o jeito de ser de cada um
E quando se é debatido com fontes
Falam aos montes com sentido nenhum
Criam demônios como desculpa
Pra sensação de culpa interior
O exterior não pode saber de nada
Cartilha decorada com todo temor
Mesmos ideais que causam as guerras santas
Destas bocas sofríveis que o tempo rechaça
Diante das tantas contradições terríveis
Chegam a agradecer até pelas desgraças
E isso é uma maneira de identificação
Quem louva execução a direção é o hospício
Nesse desperdício de ar puro daqui
Onde até Dalí os pintaria em precipícios
O beijo e o amar na liberdade incondicional
Causa tão mal pra essas caras ruins de foda
Ser livre não define e nem tira caráter
Catéter contaminado no peito de quem poda
Mundinhos fechados vivendo a grande farsa
Nessa farpa enfiada no dedo que chamam de vida
Intromissão indevida, versículos ambulantes
Amantes da incoerência e da opinião não pedida
Almas perdidas em caminhos que julgam certo
Decretos escritos em pedras com sangue e pena
Cuidar é apenas questão de amor e não encaixe
E não há quem relaxe diante dessa triste cena
Artistas expõem as fraturas internas
Dessa gente terna que exclui sutil
E raciocina de um jeito senil pra explicar
O porquê de isolar assim tão pueril
Presos os professores, diretores e alunos
Num espetáculo uno que dispensa multidão
Há bomba e não dança de salão pra sonhar
Que termina a cada estourar sem compaixão
Caçadores que só enxergam o inexistente
Olhar carente sob o medo do conceito criado
Pensar condicionado e controlado por movimentos
Que são tão alegres dentro de seus cercados
E digo, esse poema pode ainda não ter acabado ...
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