quarta-feira, 13 de setembro de 2017
"Desengano"
Composição n° 968
DESENGANO
(R. Candeia - 13/09/2017)
Toda sobriedade é uma doença fatal
Tudo exposto ao público é pura edição
A escuridão ampara a salvação da moral
A vida do quintal encobre a do porão
A cegueira, a miopia e o estrabismo
Cria um conformismo que ultrapassa livros
A inocência da tão esperada volta
Num otimismo que aponta e leva a crivos
Essa vida é tão reorganizável
Às vezes me distraio e então percebo
E nesse orate ciclo não potável
O mais estável mora dentro do placebo
Eufemistas das imagens
Vagando puros e belos em verdes jardins
Nos confins de belezas divinas
Que em toda a esquina distribuem jasmins
Toda falta de silêncio vira conspiração
O real como uma mão proibida em decreto
Logrando intuições graciosas ao poviléu
Monstrando um pouco do céu objeto
Obs :
crivo = julgamento
Placebo = toda e qualquer substância sem propriedades farmacológicas,
administrada a pessoas ou grupo de pessoas como se tivesse propriedades terapêuticas.
Eufemismo = uma figura de linguagem na língua portuguesa, um mecanismo que tem o objetivo de suavizar uma palavra ou expressão que possa ser rude ou desagradável. E consiste na troca de termos ou expressões que possam ofender alguém por outras mais suaves, seja por serem indelicadas ou grosseiras.
Lograr = enganar
Poviléu = povo
Orate = sem juízo, louco
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