sexta-feira, 24 de julho de 2015

"Burocratas"



BUROCRATAS
(R.Candeia - 14/07/2015)

Os ruídos do que se diz humanidade
Nos últimos tempos vem me incomodando
Olhares vazios como copos no fechar do bar
Ligados a gestos que vão se deteriorando

O sol não nasce e morre só para se agradar
Tudo que existe tem seu propósito natural
Pessoas se inexistem de forma tão covarde
E não escutam o alarme porque o foco é visual

Gosto de sobrevoar sobre as expressões
De todos esses cancerígenos burocratas
Que fazem da vida uma clínica de fama
Que pior do que a fome e o fumo, mata

Encontro rachaduras nesses muros de paraíso
Porque não conseguem sustentar o purgatório
Que cada um arrasta e gera nas entranhas
E o inocente é o culpado no fardado interrogatório

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