"Soneto"; "Teatro Real"; "Presente" e "Força"

SONETO
(R.Candeia - 2007)

Pra paz eu pego um barco
Remédio da salvação
Vejo o sol, o mar aberto
Banhando e matando a solidão

Sempre fujo do opaco
Em qualquer situação
Te ofereço do mais simples
Até o meu coração

Chego na terra da paz
E vejo como pode ser bom
E reparei que a gente esquece

Que ser humano é um dom
Aumenta um tom, vou berrar
Quebrar vidros, te fazer acordar

TEATRO REAL
(R.Candeia - 2006)

Visito terras distantes demais
Tendo meu amor como guia
Quero acordar e provocar um motim
Por fora e por dentro de mim

Cada palavra ou olhar seu
Me deixa em eterno parafuso
Tudo pára e fico alento
Embolando o que já é confuso

Olho nos seus olhos
E vejo tudo brilhar
O que tiver de ser,vai ser
E o que não tiver, também será

Sou bastante ávido
E meus desejos vão bem além
Da última gota do dia
Amasso e jogo fora toda a aporia

Todo dia é dia de ser
E algo me fez roubar o seu retrato
Se pra você tudo isso for uma peça
Faço da minha vida nosso belo teatro

PRESENTE
(R.Candeia - 2006)

O sol está quente
E a água está ótima
O dia se abre
E nós vivemos
Pra nossa fama
Pro nosso fumo
E navegamos à deriva
Sem rumo

Compro um ramo de flores
Mas num ato de covardia
Eu não te dou,mas sei que
Não se termina o que não começou

O sol está quente
E a água está ótima
Seduzindo a gente
Capturando um coração
Dependente ...
Que apaga e acende
Na velocidade
Do que a gente não sente

Eu roubo um ramo de flores
Mas num ato de coragem
Eu chego e te dou
Dando início ao que antes parou

FORÇA
(R.Candeia - 2003)

Se aquele amor
Que te consumiu
Não durou, e se partiu
Fique de pé
Finja que nunca o viu
E não se torture
Continue gentil
Permaneça alegre
Seja sutil
Pois, a ponte do amor
Jamais caiu
Isso, se algum dia
Ela existiu...