quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"Lavrar"




LAVRAR
(R.Candeia - 18/10/2015)

Diante do espelho vejo o mundo em meu rosto
E o meu desgosto pelas coisas banais
Aquele tanto faz que sai doido queimando
Alucinando cômico as ações naturais

O espelho se racha como se fosse o mundo
Num plano de fundo quase incorrigível
Nada é legível aos olhos do analfabeto
Só a tristeza sem teto bem perceptível

E tudo que se defendem é meio mentira
Ninguém tira um segundo de um tempo contável
O palpável se cega completo e estapeia
E mira repleto em cheio no alvo afável

Segredos enterrados vivos
Ignoram por medo palavras
Que lavram a direção nascida
Numa terra florida que não se escava

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