quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"Até Onde Minha Morte Vai"



ATÉ ONDE MINHA MORTE VAI?
(R.Candeia - 16/09/2015)

Até onde a minha morte vai?
Nos becos escuros, nos milagres pagos
No ato ilícito, na palavra perdida
Ou em qualquer rua sem saída

Até onde a minha morte vai?
Na sujeira humana ou na limpeza
Na riqueza encardida ou no fútil
O útil, a inútil, na impotente tristeza

Até onde a minha morte vai?
Na próxima esquina, na sena, na quina
No copo cheio e vazio, ou na guimba
No mapa perdido de uma ilusória mina

Até onde a minha morte vai?
No teu choro ou risada, na calçada
Na ressaca imprevista ou decidida
Na caída do sol ou até na privada

Até onde a minha morte vai?
Na derrota, vitória, memória ou nascimento
Nos tormentos internos de todo mundo
Que conflita o externo de limo e sedento

Até onde a minha morte vai?
Até a vidraça quebrar, cortar e sangrar
E o trono virar tirando o conforto
No odor ou essência, até o calor refrescar

Nenhum comentário: