quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
"Retina Dilatada"
Composição n° 994
RETINA ESQUARTEJADA
(R.Candeia - 18/01/2018)
Quando tudo tá muito perto da cara
Os olhos embaçam e não consegue se ver
Venda posta e o arder que controla
Extrapola os sentidos perdidos ao crer
As certezas não perdoam ninguém
Um harém vazio cheio de frio não crido
Depois de invadido sob olhos que nadam
E no nada transam e amam o ter sofrido
Punição deliciosa de se auto impor
Num bolor querido visto como florido
Após tudo ter ido embora aos risos
Pelo fato trágico que é agradecido
A face tida como a mais suja
Geralmente sempre é a verdadeira
Nessa brincadeira de roda inconstante
Nossa variante é sempre traiçoeira
Pensando na existência fatal que temos
Barco sem remos à deriva e ventos grotescos
Somos também tudo de ruim que respira
E o que pira é todo o mal que temos parentesco
Pelos bares divido tudo que é meu
Com malandros, ciganas e meretrizes desencarnadas
E qualquer retina que se fere por isso
Não entende a si mesmo por ser laboriosa piada
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