quarta-feira, 12 de abril de 2017

"Às Avessas"



Composição n° 949

ÀS AVESSAS
(R.Candeia - 12/04/2017)

Esse café quente quando engulo arde
E assim invade aquecendo palavras frias
Nesse alarde que nos envolve feito manto
É o pranto como tempestade pelos dias

No cigarro fumado fica o passado
Que tem estado sempre fiel ao nosso lado
E imagino antepassados com vergonha
Das ideias medonhas que se têm ressuscitado

O dedo aponta em riste pra qualquer palpite
E o apetite é cortado pela faca cega
Que entrega o destino para as autoridades
Que castigam forte numa tortura brega

O pano é jogado pra de baixo da sujeira
E o banquete de primeira não diz mais nada
Nessa piada costumeira que respiramos
E nos intoxicamos pela falta de graça

Termino meu café, e do cigarro apenas sobra
A cor do céu que cobre hoje nossas cabeças
A quem interessa todo esse desinteresse
Amor ao estresse, limite raso, tudo às avessas

O dedo aponta em riste pra qualquer palpite
E o apetite é cortado pela faca cega
Que entrega o destino para as autoridades
Que castigam forte numa tortura brega

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