Composição nº 881
VELEIDADE
(R.Candeia – 04/08/2016)
Não se desespere com sua falsa verdade
Se agarrando em santidades cruéis
Ajoelhado em limitações fiéis que agridem
Dando palpite no canonizado banco dos réus
De acordo com o eterno nada é por você
A conquista não é sua e a derrota foi pro bem
E o que vem já foi há muito decidido
Nos loucos manuscritos da vontade do além
Acredito em qualquer coisa que posso acreditar
E não creditar nada a si é a mais pura maldade
Inversão de identidade pra lá de psicótica
Aleijão crônico gótico da fatal sobriedade
Essa veleidade é exposta em todo canto
No espanto cego de quem mesmo não se sente
Jogar a explicação para o abstrato resolver
É ignorar ter as chaves da corrente
Um comentário:
Se Voltaire fosse compositor, essas seriam suas palavras.Grande Ricardo Candeia!
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